WASHINGTON – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou neste sábado, ao lado do presidente dos EUA, Barack Obama, que é preciso restabelecer o crédito, voltou a criticar o protecionismo e disse que a crise pode ser resolvida com decisões políticas.
"Essa crise econômica pode ser resolvida com decisões políticas no encontro do G20. Nós precisamos restabelecer a credibilidade e a confiança da sociedade no sistema financeiro", afirmou o presidente Lula em entrevista à imprensa após um encontro com Obama na Casa Branca.
"Precisamos restabelecer a credibilidade e a confiança da sociedade nos governos e para isso nós precisamos fazer com que o crédito volte a fluir normalmente dentro de cada país", acrescentou.
Lula afirmou ainda que ambos países vão trabalhar juntos para construir uma proposta no G20. O presidente ressaltou a importância de os dirigentes que vão participar do encontro, em abril, estarem convencidos de que "a decisão tem que ser mais rápida".
O presidente Lula disse ainda ter argumentado com Obama sobre a necessidade de retomar as conversações sobre a Rodada de Doha, lançada no final de 2001 para liberar o comércio mundial e estimular países em desenvolvimento, apesar de reconhecer as dificuldades para isso em meio à crise.
"Eu disse ao presidente Obama que era extremamente importante, mesmo sabendo que não vai ser fácil, reabrir a discussão sobre a Rodada de Doha", afirmou.
Lula, falando mais uma vez contra o protecionismo, ressaltou a importância de "dinamizar as economias internamente e garantir o crédito para o comércio".
Barack Obama, por sua vez, reconheceu que aumentar o protecionismo em um momento de crise pode ter o resultado inverso. "É tendência natural na crise jogar o sacrifício para os outros. Mas é importante garantir a troca de bens, serviços e produtos. Vamos trabalhar junto com o Brasil nesse tema. O objetivo é, no mínimo, não andar para trás", disse Obama.
O presidente Lula aproveitou o encontro para defender o etanol brasileiro, mas Obama afirmou que a "tensão" com o Brasil sobre biocombustíveis não vai mudar do dia para a noite, mas pode ser resolvida com o tempo.
Reuters