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Israel nega que uso de armas com fósforo branco seja crime de guerra

O Exército de Israel negou nesta quinta-feira que as munições com fósforo branco –que causam queimaduras severas e problemas respiratórios–, usadas pelas Forças Armadas na recente ofensiva contra o movimento islâmico radical Hamas, na faixa de Gaza, constitua um crime de guerra, como afirma a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch.

A acusação da organização é mais um episódio delicado para o Exército israelense, que está sob intenso questionamento da comunidade internacional nas últimas semanas depois de relatos publicados pela imprensa sobre uma série de violações cometidas na ofensiva, como assassinato de civis inocentes, ordens para atacar equipes médicas e uso de crianças como escudo humano.

Embora o uso seja permitido em áreas não habitadas para criar nuvens de fumaça, o fósforo branco provoca queimaduras severas e problemas respiratórios e, por isso, seu uso é controlado e proibido em áreas habitadas ou em ataques a pessoas.

Muitos consideram o fósforo branco completamente proibido pela Convenção de Armas Químicas, que proíbe o uso como arma de substâncias químicas tóxicas que possam causar morte ou incapacitação de pessoas e animais. Israel ratificou um protocolo em 1995 que considera o uso de tais armas químicas permitido apenas "quando não especificamente para causar queimaduras a pessoas".

"Com base nos dados obtidos até agora, é possível concluir que o Exército israelense utilizou obuses fumígenos de acordo com a lei internacional", afirma um comunicado militar. "Estes obuses foram usados para responder apenas às necessidades operacionais específicas conforme o direito internacional. As afirmações de que estes obuses foram utilizados de forma indiscriminada ou para ameaçar a população civil não têm fundamento", completa a nota.

A Human Rights Watch, que tem sede em Nova York, afirma em um relatório que os bombardeios de Israel com munições que continham fósforo branco sobre zonas densamente povoadas de Gaza, poderiam ser consideradas crimes de guerra.

"O Exército israelense disparou reiteradamente munições com fósforo branco sobre zonas povoadas, matando e ferindo civis e danificando infraestruturas civis, incluindo uma escola, um mercado, um depósito de armazenamento de ajuda humanitária e um hospital", destacou a ONG.

Em três semanas de confrontos na faixa de Gaza, entre dezembro e janeiro, com o objetivo oficial de acabar com os disparos de foguetes contra o sul de Israel por grupos palestinos, morreram 1.434 palestinos, incluindo 960 civis, 239 policiais e 235 militantes, segundo o Centro Palestino de Direitos Humanos,

As Forças de Defesa israelenses (IDF, na sigla em inglês) contabilizaram 1.370 mortes, incluindo 309 civis inocentes, entre eles 189 crianças e jovens com menos de 15 anos. O relatório do Exército israelense aponta ainda que 600 militantes palestinos do Hamas morreram durante a operação militar de 22 dias –incluindo os policiais que foram mortos em um bombardeio no primeiro dia da ofensiva, durante a parada de graduação da academia, em Gaza.

A lista inclui ainda 320 mortos descritos como "não filiados" –o que significa que as IDF não sabem dizer se eles são ou não militantes– e outros 14 membros do partido laico Fatah, rival do Hamas, que foram executados pelo grupo palestino durante a ofensiva.

Folha

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