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Israel afirma ter libertado todos os ativistas do barco de ajuda a Gaza

Todos os ativistas da frota humanitária com ajuda a Gaza detidos na segunda-feira pelo Exército de Israel já deixaram a prisão para serem deportados, anunciou nesta quarta-feira (2) um porta-voz da administração penitenciária israelense.

A cineasta e ativista brasileira Iara Lee estava no barco. Segundo informações da Embaixada do Brasil em Israel, ela já passou pela imigração e está esperando a saída do voo que a levará a Istambul a partir do aeroporto de Ben Gurion, em Tel Aviv. Até as 14h40, a Embaixada brasileira não confirmou a partida do avião rumo à Turquia, onde ela será recepcionada por um representante do consulado brasileiro local.

O porta-voz dos serviços de imigração também informou que 404 passageiros da frota se encontram no aeroporto Ben Gurion de Tel-Aviv) e outros 102 estão a caminho do aeroporto para serem repatriados. Todos devem estar fora de território israelense até o fim do dia.

Cerca de 125 outros militantes expulsos por Israel fora transferidos para Jordânia através do posto de fronteira do ponto Allenby.

O governo de Benjamin Netanyahu decidiu na véspera expulsar todos os militantes estrangeiros presos depois do violento ataque contra a frota humanitária internacional que se dirigia para Gaza. Após a pressão internacional, mesmo os que seriam processados foram libertados.

Israel completou a deportação dos ativistas detidos na abordagem a uma frota que pretendia levar mantimentos à Faixa de Gaza, e reiterou sua intenção de conter qualquer outra embarcação que tente furar o bloqueio à região.
mapa gaza 3.0mapa gaza 3.0 (Foto: Arte g1)

Em meio à revolta internacional pela morte de nove ativistas no incidente, o ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, visitou soldados envolvidos na ação e disse a eles: "Vim em nome do governo israelense dizer obrigado."

Israel argumenta que seus soldados agiram em legítima defesa, por terem sido agredidos com canos e facas pelos ativistas quando desciam de helicóptero no navio turco Mavi Marmara, na madrugada de segunda-feira.

A frota de ativistas tentava furar o bloqueio que Israel impõe aos 1,5 milhão de habitantes da Faixa de Gaza, o que é uma forma de pressão contra o governo do grupo islâmico Hamas.

Israel inicialmente ameaçou processar alguns ativistas, mas depois anunciou a expulsão de todos os 682 ativistas de mais de 35 países, que estavam a bordo dos seis navios da frota.

Apesar de analistas terem apontado falhas táticas na operação, Barak elogiou a atuação dos soldados sob circunstâncias tão complicadas.

Com aval dos EUA, o Conselho de Segurança da ONU pediu uma investigação imparcial das mortes na frota humanitária, cujas embarcações e ativistas eram majoritariamente turcos.

Especula-se em Israel que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu irá nomear uma comissão judicial para determinar se os militares erraram ao não levarem em conta a resistência que os ativistas ofereceriam no Mavi Marmara.

Outra tentativa de furar o bloqueio israelense vem se aproximando: o navio MV Rachel Corrie (batizado em homenagem a uma ativista norte-americana morta em 2003 na Faixa de Gaza) zarpou na segunda-feira de Malta com direção ao território palestino.

Ele leva 15 ativistas, inclusive a norte-irlandesa Mairead Corrigan, Prêmio Nobel da Paz de 1976. O tripulante Derek Graham disse à emissora pública irlandesa RTE que a embarcação deve chegar entre a noite de sexta-feira e a manhã de sábado ao ponto onde aconteceu o incidente de segunda-feira.

Questionado sobre qual será a reação de Israel, Tzachi Hanegbi, presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Parlamento, disse: "Não podemos deixar que eles borrem a linha vermelha que Israel estabeleceu. Deixar que eles entrem para ajudar o Hamas não é uma opção."

Folha Online

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