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Impasse na Argentina gera aumento nos preços dos alimentos

Os mercados de commodities se preparam para mais aumentos nos preços dos alimentos esta semana à medida que uma greve cada vez mais tensa na Argentina faz crescer as preocupações entre os importadores e pressiona os estoques em todo o mundo.

Os produtores argentinos interromperam as vendas de grãos, sementes oleaginosas e carne até a meia-noite na última sexta-feira depois que o governo rejeitou seus pedidos para reduzir um imposto de 35% sobre as exportações de soja e buscou apoio político dividindo o dinheiro arrecadado com as províncias argentinas.

A Argentina é o segundo maior exportador de commodities agrícolas do mundo e suas vendas de soja e milho são essenciais nessa época do ano para importadores como a China, que compra da Argentina e do Brasil até que as safras americanas estejam disponíveis.

Os fazendeiros protestaram ontem em cerca de 60 pontos do norte e do centro do país e fizeram bloqueios esporádicos nas estradas, forçando alguns caminhões a abandonarem suas cargas.

Temores de uma greve ajudaram a aumentar o preço da soja em Chicago em quase 8% na semana passada. Os preços do trigo, milho e carne também subiram.

"O impasse entre os produtores argentinos e o governo está piorando, ameaçando uma queda ainda maior nos estoques de soja já restritos dos EUA", disse Richard Feltes, chefe de pesquisa de commodities na corretora de ações MF Global, em Chicago.

O Departamento de Agricultura dos EUA viu os estoques de soja caindo para seu nível mais baixo nos últimos cinco anos, 5 milhões de toneladas, em comparação aos 15,6 milhões de 2006-2007.

Apesar de a atividade agropecuária ser a principal atividade de exportação argentina, o país tem se tornado cada vez menos confiável no mercado mundial. Os produtores passaram a interromper as vendas ao exterior como principal ferramenta de barganha desde que o confronto pelas tarifas de exportação começou há um ano. Além disso, o governo às vezes proíbe as exportações de milho, trigo e carne para proteger o fornecimento e os preços locais.

Os produtores da Argentina veem o plano do governo de dividir 30% dos impostos sobre a soja estimados em US$ 5 bilhões em 2008-2009 como uma tentativa de comprar o apoio dos governadores e injetar mais dinheiro na base de apoio da presidente Cristina Kirchener ao redor de Buenos Aires, no momento em que ela propõe eleições estratégicas no meio do mandato em junho. A votação sobre esse tema deve acontecer essa semana.

Hugo Biolcati, presidente da Sociedade Rural, o maior grupo de produtores da Argentina, alertou os governadores das províncias produtoras que "a situação não será calma" se eles aceitarem o dinheiro.

O governo argentino não pode se permitir um conflito prolongado num momento em que o país caminha para uma recessão.
 

 

uol

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