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Governo boliviano acusa oposição de incitar a violência

O governo da Bolívia acusou na quarta-feira a oposição regional de incitar um novo ciclo de violência ao impor condições inaceitáveis para um diálogo sobre autonomias criadas na nova Constituição, o que travaria o início das esperadas negociações.

A denúncia surgiu pouco mais de duas semanas depois de o presidente Evo Morales ter promulgado a carta magna "plurinacional" e socialista aprovada em um referendo em janeiro por mais de 61 por cento dos eleitores.

Os prefeitos (governadores) da oposição, que fracassaram no ano passado em uma tentativa de impedir o referendo com uma sangrenta onda de protestos, colocaram várias condições para iniciar um diálogo com o governo em torno da aplicação de uma nova Constituição.

O porta-voz governamental, Iván Canelas, qualificou como "gozação" algumas dessas condições ao comentar a última exigência dos opositores regionais: que Morales participe ininterruptamente das conversações.

"Não querem dialogar (…), querem optar outra vez pelo enfrentamento, querem ir a um choque", disse a jornalistas.

Os governadores autonomistas de Santa Cruz, Tarija e Beni, além da governadora indígena rebelde de Chuquisaca, haviam pleiteado inicialmente a presença de observadores internacionais e que o diálogo se realizasse fora de La Paz, exigências que o governo aceitou.

Um quarto governador autonomista, Leopoldo Fernández, de Pando, foi substituído por um governista desde setembro passado, quando foi preso para enfrentar um julgamento pelo massacre de ao menos 15 camponeses partidários de Morales, no mais grave incidente registrado nos protestos contra o governo.

Esses governadores tentaram impor autonomias em suas respectivas regiões antes da mudança constitucional.

O novo diálogo foi proposto por Morales em duas oportunidades, depois do referendo e da promulgação da carta magna, que reforça as nacionalizações e outras mudanças políticas e econômicas iniciadas há três anos pelo mandatário indígena.

"Com as condições está definitivamente comprovado que a oposição, pelo menos alguns setores e fundamentalmente o prefeito (governador) de Santa Cruz, Rubén Costas, não quer diálogo", afirmou Canelas.

Segundo ele, o governo seguirá adiante com seus planos de aplicar a nova Constituição, incluídas as autonomias, "com oposição ou sem oposição".

Citado por jornais locais na quarta-feira, Costas afirmou que pretende que o diálogo das regiões com o governo abarque não somente as autonomias, mas também outras mudanças emergentes na nova Constituição.

Reuters

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