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Gnosticismo e ideologia política

Existe uma antiga doutrina herética que promete um conhecimento oculto capaz de levar à redenção. No gnosticismo, a fonte do mal está na matéria constituinte do mundo físico e a salvação se dá pela libertação de seus limites por meio de gnose (um conhecimento especial).

Para os gnósticos, só alguns iluminados compreendem a realidade de forma adequada e só os que tiverem acesso à gnose alcançam o conhecimento verdadeiro: a libertação do mal material e de seus limites.

Como dizia o filósofo alemão Eric Voegelin, para os gnósticos, a salvação do mal do mundo se dá na história de forma imanente, mudando-se a estrutura da realidade através de um conhecimento oculto disponível apenas para os próprios gnósticos.

As ideologias políticas são manifestações do espírito gnóstico. Os ideólogos prometem, além de revelarem a fonte do mal no mundo, libertação pela força humana do mal, mudando-se a estrutura da realidade. Ideólogos prometem redimir o mundo trazendo o Escathon, o novo céu e a nova terra, pela ação política.

Segundo Koyzis, liberais veem o mal nas autoridades heterônomas (fora do indivíduo) que ameaçam à autonomia individual. Libertários veem a existência do governo como a fonte do mal.

Conservadores veem o caráter dinâmico da criação, suas mudanças e desenvolvimentos, como potencial origem do mal. Ideologias coletivistas, como socialismo e nacionalismo, veem a liberdade individual como fonte de mal.

A consequência dessa tendência gnóstica é a negação da bondade da criação e de sua ordem. Como sempre fizeram, os cristãos precisam continuar a resistir à gnose, mesmo na forma de narrativas ideológicas.

O cristão pode até encontrar pontos de contato e diálogo com elementos constituintes das ideologias, mas jamais pode associar a fé cristã a uma ideologia. Esse é um tipo de corrupção irremediável!

 

Anderson Paz


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