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Especialista dos EUA nega eficácia de fechar escolas contra gripe suína

Fechar escolas, proibir aglomerações e outras medidas do gênero dificilmente impedirão uma maior difusão da pandemia de gripe suína, denominada oficialmente gripe A (H1N1), disseram especialistas americanos nesta quarta-feira.

Segundo eles, esta pandemia lembra muito a do vírus H2N2 em 1957 –quando logo ficou claro que havia pouco que as autoridades pudessem fazer. Naquele ano, cerca de 25% da população norte-americana adoeceu. Sanitaristas estimam que, em todo o mundo, 2 milhões tenham morrido.

"Esforços para mitigá-la foram fúteis", disse Brooke Courtney, do Centro para a Biosegurança do Centro Médico da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos.

Autoridades federais norte-americanas devem anunciar nesta sexta-feira recomendações para a suspensão de aulas –medida já adotada pelo governo brasileiro. Normalmente cabe às delegacias locais e estaduais de ensino tomarem essa decisão, mas sob aconselhamento federal.

No auge da epidemia, em maio, mais de 700 escolas fecharam nos EUA, segundo o Departamento de Educação.

No México, onde a pandemia começou, as autoridades fecharam escolas e prédios públicos durante cerca de duas semanas em abril e maio, além de estimularem as empresas a suspenderem suas operações.

Apesar dos esforços globais, o vírus H1N1 continua circulando em todo o mundo. A exemplo da influenza de 1957, sua cepa já contaminou mais do que os vírus tradicionais na atual temporada de frio no hemisfério sul.

Em seu último boletim, na semana passada, a OMS (Organização Mundial da Saúde) relatou 162.230 casos confirmados e 1.154 mortes. Mas especialistas dizem que isso provavelmente reflete apenas uma fração do total.

Estudiosos preveem que a gripe deve recrudescer quando o outono chegar no hemisfério norte, e um terço da população mundial –cerca de 2 bilhões de pessoas– acabará sendo afetado.

Os governos adotam diferentes abordagens no controle do vírus. Em julho, pesquisadores britânicos alertaram que o fechamento de escolas ao primeiro sinal de uma nova pandemia poderia adiar o agravamento da situação, dando tempo para que as autoridades se preparassem, mas isso não impediria a difusão da doença.

Em artigo na revista Biosecurity and Bioterrorism, Courtney e colegas seus disseram que o vírus H1N1 já parece estar disseminado demais para que possa ser contido.

"Em 1957, decidiu-se bastante cedo que os esforços para colocar as pessoas de quarentena ou isolá-las não seria eficaz", disse Courtney.

Como ocorreu neste ano, aquele vírus surgiu primeiramente na primavera do hemisfério norte. No outono, ele piorou. "A volta às aulas em setembro pareceu ser um importante fator no início da epidemia nas comunidades", disse.

"As escolas não fecharam com o propósito de tentar controlar a difusão da doença. Elas fecharam porque havia muitos professores, administradores ou alunos afastados", disse Courtney.
 

 

Folha

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