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Bispo que negou Holocausto pede desculpas ao papa

Richard Williamson se desculpou por ’embaraço e problemas desnecessários’ mas não retirou os comentários  

Um bispo tradicionalista que despertou ira entre judeus ao fazer declarações negando a existência do Holocausto pediu desculpas ao papa Bento XVI por ter causado "embaraço e problemas desnecessários".

Mas o bispo, Richard Williamson, não se retratou ou retirou os comentários, que ele classificou como "imprudentes" em carta postada nesta sexta-feira, 30, em seu blog e enviada ao Vaticano há dois dias.

Williamson – um dos quatro bispos cujas excomungações foram canceladas pelo papa no último sábado, após 20 anos afastados – disse em entrevista à televisão sueca há uma semana: "Eu acredito que não houve câmaras de gás".

O bispo disse ainda que não mais que 300 mil judeus morreram em campos de concentração nazistas, ao contrário dos 6 milhões estimados pelos principais historiadores.

A entrevista, gravada em novembro, causou alvoroço entre líderes judeus e católicos progressistas, muitos dos quais consideraram que a conversa colocava em risco o diálogo de 50 anos entre judeus e cristãos.

Entre os que condenaram a entrevista estavam sobreviventes do Holocausto, o rabinato supremo de Israel e o escritor judeu e vencedor do Prêmio Nobel Elie Wiesel.

Na carta endereçada ao cardeal Dario Castrillon Hoyos, oficial do Vaticano responsável pelos contatos com o movimento tradicionalista, Williamson disse:"No meio desta grande tempestade midiática causada pelos meus imprudentes comentários na televisão sueca, eu imploro para que você aceite, respeitosamente, meu sincero pesar por ter causado a você e ao santo padre tamanho embaraço e problemas desnecessários".

Williamson, um britânico, não mencionou o Holocausto e não repudiou seus comentários, como queriam muitos judeus.

O papa Bento XVI expressou sua "total e inquestionável solidariedade" com os judeus na quarta-feira, em uma tentativa de diminuir a crise.

Williamson e outros três bispos foram expulsos há 20 anos quando foram ordenados sem a permissão do papa João Paulo, iniciando a primeira divisão na Igreja em tempos modernos. O papa Bento XVI cancelou as excomungações no último sábado, 25, numa tentativa de pôr fim à divisão.

 

 

Estadão

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