RIO — “Pai, não se preocupe, tenho um colete salva-vidas e estamos todos abrigados juntos”; “Mãe, eu te amo, pode ser a última vez que eu consiga te dizer isso”; “Parece que vamos morrer”. A divulgação dos torpedos de alguns dos estudantes a bordo da Sewol, balsa que naufragou na última quarta-feira na Coreia do Sul, comoveu o país. Enquanto as causas do acidente — que deixou pelo menos nove mortes e conta com 288 desaparecidos — ainda são uma incógnita, parentes das vítimas criticaram o capitão Lee Joon-seok, que saiu vivo do naufrágio e teria sido um dos primeiros a abandonar a balsa.
Alguns dos que escaparam, disseram que a tripulação ordenou a todos que ficassem em seus lugares durante aproximadamente uma hora, em vez de iniciar os procedimentos de salvamento. Um dos que seguiram as ordens é o estudante de 18 anos que enviou a mensagem para o pai, e provavelmente não conseguiu escapar. Ele é um dos 288 desaparecidos, de acordo com a rede sul-coreana MBC, que mostrou imagens da conversa.
“Ainda que resgate esteja em andamento, tente sair por sua conta, se puder”, respondeu o pai.
Outro aluno, com medo de que o pior acontecesse, escreveu para a mãe que a amava. Ela está entre os 179 passageiros resgatados.
“Mãe, pode ser a última vez que eu consiga te dizer isso: eu te amo”, revelou o jornal Kyunghyang.
Outro jovem, que não se sabe se sobreviveu ou não, escreveu que o barco estava se inclinando.
“Pai, não consigo sair da balsa que está muito inclinada, e não vejo ninguém no corredor. Parece que vamos morrer”.
A embarcação seguia para a ilha turística de Jeju, com 477 pessoas a bordo, incluindo 325 estudantes. Os alunos, de um colégio do ensino médio ao Sul de Seul, realizavam uma viagem à ilha, uma das maiores atrações turísticas do país, também conhecida como Havaí sul-coreano.
Extra Online








