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Apenas o governo pode salvar a economia, diz Obama em entrevista

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou nesta segunda-feira (9) que o "governo federal é a única entidade capaz de oferecer recursos para reativar a economia do país, que enfrenta sua maior crise desde a Grande Depressão". A declaração foi dada na primeira entrevista coletiva de Obama como presidente.  

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou nesta segunda-feira (9) que o "governo federal é a única entidade capaz de oferecer recursos para reativar a economia do país, que enfrenta sua maior crise desde a Grande Depressão". A declaração foi dada na primeira entrevista coletiva de Obama como presidente.

 

Ao iniciar a entrevista para mais de 100 jornalistas na Casa Branca, o presidente dos EUA fez um novo apelo para aprovação do plano econômico estimado em US$ 827 bilhões que deve ser votado nesta terça (10) pelo Senado. Para Obama, o Congresso deve "superar suas divergências" e aprovar "nesta semana" o pacote para que os EUA "voltem a trabalhar".

 

 

"Apenas o governo pode quebrar o ciclo vicioso no qual a perda de empregos leva as pessoas a gastarem menos dinheiro, e, consequentemente, a mais demissões. E quebrar esse ciclo é exatamente o que o plano que está tramitando no Congresso foi desenhado para fazer", declarou.

 

 

Ele advertiu que, se o governo não agir, a economia norte-americana corre o risco de mergulhar em uma "espiral negativa", que pode prolongar a atual recessão.

 

 

"Essa não é uma recessão comum. Estamos atravessando a pior crise econômica desde a Grande Depressão", disse Obama durante entrevista coletiva. Ele citou a "década perdida" do Japão, nos anos 1990, como exemplo do que pode acontecer quando a economia não consegue ressuscitar.

 

"Perdemos até agora 3,6 milhões de empregos. Mas o que talvez seja mais perturbador é que quase a metade dessas perdas aconteceram nos últimos três meses, o que significa que os problemas estão acelerando em vez de melhorarem", disse o presidente.

 

 

Sistema financeiro

 

Obama disse não ter certeza se o governo precisará de mais do que os US$ 350 bilhões restantes do pacote de resgate para restaurar o sistema financeiro dos EUA.

 

"Não sabemos ainda se iremos precisar de mais dinheiro ou de quanto dinheiro a mais iremos precisar, até que vejamos quão bem-sucedidos estamos na tarefa de restabelecer um nível de confiança nos mercados", disse.

 

Segundo o presidente dos EUA, o governo trabalhará para atrair o capital privado de volta para o sistema bancário, e ajudará os bancos a limparem seus balanços para tornarem-se mais atrativos.

 

 

De acordo com o presidente, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, fará um anúncio nesta terça (10) para explicar de que forma o governo pretende gastar os US$ 350 bilhões que restam do plano de resgate aprovado para ajudar o setor bancário.

 

"Tim Geithner informará sobre planos claros e específicos para começarmos a desbloquear o crédito", disse Obama, defendendo mais transparência e limites aos bônus pagos pelos bancos a seus executivos.

 

O plano também incluirá, segundo Obama, ajuda para proprietários de imóveis à beira do despejo ou que estejam sofrendo com a forte desvalorização dos preços do mercado imobiliário.

 

 

Política externa

Obama assegurou que é possível manter uma "relação de respeito mútuo" com o Irã ( que celebra nesta terça-feira os 30 anos da Revolução Islâmica ) e que nos próximos meses os EUA buscarão “abertura para uma tentativa de diálogo direto”.

 

Em resposta a uma pergunta sobre o Irã, o presidente assegurou que a equipe de segurança nacional está revisando a política em relação ao país.

 

"Nos próximos meses, buscaremos uma abertura que nos permita sentarmos à mesa para movimentar nossa política em uma direção nova", afirmou.

 

Para ele, são "contraproducentes" as atividades que o Irã desenvolveu durante muitos anos. Entre elas, citou o apoio a grupos radicais islâmicos como Hamas e Hisbolá, "a linguagem belicosa contra Israel" e a busca de um programa nuclear.

 

Essas atividades, disse Obama, "vão contra os interesses" dos EUA e "da paz mundial".

 

O presidente afirmou que os EUA firmarão "uma série de objetivos nessas conversas", entre eles, deixar claro ao Irã que suas aspirações nucleares podem criar uma corrida de armamento nuclear na região.

 

"Acho que existe a possibilidade, pelo menos, de uma relação de respeito mútuo e de progresso", reiterou. Para Obama, chegou o momento de Teerã "enviar sinais de que quer agir de maneira diferente".

 

Na coletiva, o democrata falou também sobre o Afeganistão. Para ele, os EUA precisarão de uma melhor coordenação com seus aliados para ter sucesso em resolver os conflitos no país asiático.

 

"Precisaremos de mais coordenação efetiva entre nossos esforços militares, nossos esforços diplomáticos e nossos esforços de desenvolvimento, com coordenação mais efetiva com nossos aliados para termos sucesso", disse Obama sobre o Afeganistão. Ele acrescentou que não existe cronograma para obter esse sucesso.

 

 

Tortura

O presidente eleito dos EUA falou ainda sobre as acusações de tortura a prisioneiros dos EUA. Ele garantiu que seu governo investigará casos "claros" de tortura de detidos ocorridas na administração de George W. Bush.

 

"Ninguém está acima da lei e se há casos claros de irregularidades, essas pessoas devem ser investigadas, como qualquer outra", disse Obama, que reiterou o compromisso de seu governo de não usar esse tipo de método de coerção.

 

Obama afirmou que analisará a proposta do presidente da Comissão Judicial do Senado, Patrick Leahy, de criar uma comissão da verdade para investigar o comportamento do governo Bush sobre o assunto.

 

Apesar disso, o presidente lembrou que está mais interessado "em olhar para frente, que para trás".

 

 

New York Times: Obama parece resistir a investigar torturas

 

Uma alta funcionária do Pentágono reconheceu que um detido de Guantánamo foi submetido à tortura, algo proibido pelo direito americano e pelo internacional.

 

G1

 

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