A briga de torcedores do Palmeiras com os jogadores no Aeroporto na Argentina na manhã desta sexta-feira aconteceu por conta da atitude do elenco em defender o meia Valdivia. O chileno é perseguido por membros da organizada Mancha Alviverde, e entrou em atrito com um dos líderes da uniformizada ao longo da viagem.
O UOL Esporte ouviu de funcionários presentes na viagem do Palmeiras para a Argentina que o chileno foi perseguido nos três dias em que o time esteve no país para o duelo contra o Tigre. Na terça-feira, dia que o time realizou treinamento de reconhecimento do gramado no estádio José Dellagiovanna, Valdivia foi xingado por palmeirenses presentes na arquibancada, e se dirigiu diretamente a um deles fazendo gestos obscenos.
Após a atitude, Valdivia foi repreendido por alguns companheiros que disseram que o gesto poderia piorar o clima. Foi o que aconteceu. O chileno foi bastante xingado durante a partida, e no retorno da delegação foi cobrado pelo torcedor ofendido, e mais sete integrantes da organizada. A situação gerou um tumulto que terminou em agressões.
Os torcedores atacaram copos em direção a Valdivia, já protegido por seguranças e diversos jogadores do Palmeiras. Um deles atingiu Fernando Prass que ficou ferido na cabeça.
O relacionamento de Valdivia com a organizada preocupa o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre. Ele esperou o retorno da delegação ao Brasil para conversar com o chileno pessoalmente. O objetivo era o de prestar apoio ao camisa 10, mas pedir para que o mesmo não provoque mais os torcedores.
“O Valdivia sofreu agressões, ofensas diretas a ele. Só que não tem sangue de barata, é um ser humano. Falei que não pode responder a torcida de nenhum jeito. Ele pode ter trocado xingamento com torcedor, mas é claro que nada justifica o episódio que aconteceu”, disse Nobre.
“Ele (Valdivia) está com a gente. Não tem regalia nenhuma no clube. Ouvi muitos falando que ele ia a bloco no carnaval, mas ele ficou com a gente lá em Itu treinando. Nenhum jogador falou para a gente que não quer jogar mais. E o Valdivia tem 100% do nosso apoio”, complementou.
O presidente do Palmeiras ficou assustado com a reação da torcida, avisou que vai cortar regalias da uniformizada e pediu a prisão dos agressores. Aos jogadores, o pedido foi de precaução.
“O jogador tem a sua vida privada, e vamos orientá-los para que não haja muita exposição. Só que vamos reforçar nossa segurança para deixarem com que trabalhem em paz”, destacou.
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