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Tite faz carta à torcida em dia D: ‘Não levarei todos que merecem’

Tite viverá nesta segunda-feira um dos momentos mais marcantes de sua carreira, ao divulgar os 23 convocados para defender a seleção brasileira na Copa do Mundo. E, no clima das emoções que viverá até o fim do Mundial, o treinador publicou um texto no site "The Players Tribune", relembrando momentos importantes de sua carreira e as dificuldades que terá para elaborar a lista que divulgará às 14h (de Brasília), na sede da CBF. A TV Globo, o SporTV e o GloboEsporte.com transmitrão a convocação ao vivo, e o site acompnha tudo em Tempo Real a partir das 13h (de Brasília).

No longo texto, Tite relembrou sua hesitação para aceitar o convite para dirigir à seleção brasileira em meio a uma crise, em 2016, logo após a demissão de Dunga, e com a missão de recuperar o time nas eliminatórias para a Copa. E também recordou o quanto ficou magoado por não ter sido escolhido no início do ciclo, dois anos antes.

– Depois da derrota por 7-1, eu realmente acreditei que teria grandes chances de ser o próximo técnico da Seleção Brasileira. Eu achava que poderia ser a minha vez. Quando não fui selecionado para a função, vou ser sincero…. Fiquei frustrado, irritado, muito triste. No entanto, naquele momento, eu pensei na minha mãe. Ela era uma lutadora. Sempre que nossa família lutava, ela trabalhava ainda mais. Ela costurava até que suas mãos ficassem frágeis, de modo que sempre que eu quisesse um refrigerante, o refrigerante aparecia num passe de mágica. O exemplo dela foi minha inspiração – disse Tite.

E, naquele momento, o técnico decidiu ter um período de aprendizado junto a técnicos como Carlo Ancelotti, na época no Real Madrid, e Carlos Bianchi, treinador do Boca Juniors.

 

"Por uma semana depois daquela decisão, eu chorei. Depois disso, fui à luta".

O texto, entitulado "Para o Brasil", começa com um relato de Tite da época em que era apenas um torcedor, que acompanhou a conquista do Tricampeonato mundial, no México, em 1970, através do rádio. O comandante da Seleção relembra momentos da sua infância e cita recordações emocionantes da relação com seus pais, fala sobre a carreira de jogador interrompida aos 27 anos e do grande salto de sua trajetória como técnico, quando foi chamado para comandar o Corinthians.

Tite recordou a eliminação na Libertadores de 2011 com o Corinthians, as agressões da torcida na época, e a volta por cima no clube, com a conquista do título sul-americano um ano depois. O treinador relatou, ainda, o choro de sua esposa em meio à derrota do Brasil para a Alemanha, por 7 a 1, dizendo que ela se colocou no lugar dos familiares do treinador da Seleção.

– Eu tinha a impressão de que as coisas acontecem por um motivo. Quando não fui chamado para ser o treinador da Seleção Brasileira em 2014, aquilo quebrou meu coração. Mas na verdade, talvez tenha sido a melhor coisa que aconteceu, porque me deu a oportunidade de voltar a estudar e continuar a aprender – lembrou.

 

Técnico pede "paz e compreensão" após convocação

 

Considerado o grande responsável pela mudança de trajetória do Brasil, que foi o primeiro país a garantir vaga na Copa através das elimiantórias, Tite lembrou que hesitou diante do convite da CBF, em 2016, mas que se recordou de sua mãe trabalhando como costureira ouvindo jogos da Seleção no rádio, aceitando o convite. Depois, diz que ligou para Marcelo, Daniel Alves e Neymar – e aí se deu conta de como seria importante ter "um bom ambiente de trabalho" na equipe.

Tite aproveitou para pedir "paz e compreensão" diante de suas escolhas para defender a seleção brasileira na Copa do Mundo, após um ciclo em que fez diversos testes e usou mais de 40 jogadores diferentes.

– Agora que nós estamos a um mês do torneio, eu vou precisar tomar algumas decisões difíceis. Eu sei que não vou conseguir convocar todos os jogadores que estão fazendo por merecer. Por exemplo, nós temos três laterais esquerdos que mereceriam estar no avião para a Rússia, mas nós temos apenas duas vagas. Nós temos de escolher os jogadores que vão nos proporcionar as melhores chances de vencer, independentemente de quem é mais merecedor – escreveu, lembrando a escalação de Jorge Henrique na final do Mundial de Clubes por suas características, embora Douglas e Romarinho merecessem mais ter sido titulares naquele jogo.

E, então, encerrou a carta para a torcida brasileira fazendo um pedido.

 

– Só Deus sabe o que vai acontecer na Copa do Mundo da Rússia, mas eu espero que o país inteiro esteja unido para nos apoiar. Eu sei que a televisão mudou muita coisa pra esta geração, mas eu gostaria de acreditar que quando nós marcarmos um gol, haverá milhões de crianças brasileiras que estarão em frente ao rádio, imaginando o gol da vitória em suas mentes seguidas vezes. Funcionou para mim em 1970. Era como mágica.

 

Globo Esporte 

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