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Em seu habitat, Lewis Hamilton busca holofotes de Button

A intenção não era esta. Mas o número 1 cravejado em diamantes no topo do capacete amarelo de Lewis Hamilton serve não só de enfeite mas também como lembrança.

Quando conquistou o Mundial de 2008, em Interlagos, quase ninguém podia imaginar que o piloto da McLaren teria um começo de temporada tão apagado como está tendo.

Passadas cinco etapas, a melhor colocação do piloto inglês foi o quarto lugar no GP do Bahrein, no mês passado. É apenas o sétimo colocado na classificação geral do Mundial.

Pior que isso. Foi ofuscado justamente por um compatriota: Jenson Button, quatro vitórias em cinco corridas e visto por muitos como em fim de carreira, já que disputa sua décima temporada na F-1.

No GP da Espanha, há duas semanas, o campeão chegou a levar uma volta de Button.

Mas não é só na pista que é possível observar a inversão de status dos dois. Ela fica muito evidente no paddock de Mônaco, que neste domingo recebe a sexta etapa do Mundial, às 9h.

Enquanto um grupo de repórteres discutia com a assessora de imprensa de Button no motorhome da Brawn porque ele só atenderia a imprensa de seu país, mais à noite, Hamilton caminhava sozinho, celular em punho, do lado de fora do paddock sem ser incomodado.

Mas é justamente neste cenário que Hamilton busca sair da sombra de seu compatriota.

Motivos para acreditar nisso não lhe faltam. O campeão mundial é disparado o piloto do grid com melhor desempenho no mais tradicional GP da categoria. Participou só duas vezes, mas chegou em segundo em 2007 e venceu no ano passado.

E, mesmo antes de chegar à F-1, Hamilton já acumulava três vitórias nas ruas do badalado principado: duas na F-3 europeia, em 2005, e uma na GP2, na temporada seguinte.

"É muito bom estar de volta a Mônaco. O clima é excelente, o lugar é perfeito, e todo mundo sabe que esta é minha pista favorita", declarou o piloto da McLaren. "Para mim, aqui se tem a melhor sensação possível dentro de um carro de F-1."

Ontem, nos primeiros treinos livres para a corrida –em Mônaco, a sexta-feira não tem atividades na pista, por isso os ensaios ocorrem antes–, Hamilton mostrou uma boa performance em seu "habitat" favorito. Ficou em terceiro pela manhã e em segundo à tarde.

"Vamos manter os dedos cruzados e torcer para que isso [o resultado dos treinos livres] me dê uma boa possibilidade de lutar pelas primeiras colocações", falou o piloto inglês, que terminou atrás de Rubens Barrichello e Felipe Massa na primeira sessão de ensaios e de Nico Rosberg, na segunda.

De acordo com Hamilton, uma das explicações para seu ano "atípico" é o episódio em que mentiu para comissários no GP da Austrália. Depois de descoberto, após mentir novamente na Malásia, ele foi desclassificado da prova.

"Foi um baque em minha vida. Mas algumas coisas acontecem para nos testar, e o importante é crescermos e aprendermos com isso", falou.

Quanto a ficar à sombra de Button, que está na F-1 desde 2000 e era visto como a grande promessa inglesa na categoria antes de sua chegada, Hamilton é político. "Ele está fazendo um grande trabalho. O conheço desde que tinha nove anos e lhe desejo o melhor." Mas segue. "Tudo que quero é alcançá-lo e ultrapassá-lo se eu puder."

 

 

Folha

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