A educação como instrumento que transforma, ilumina mentes, corações, que abre horizontes e ajuda os estudantes a transpor para o mágico universo da leitura seus sonhos, anseios, decepções e conquistas. Este é o resultado de um projeto ousado, inovador e transformador que nasceu a partir do incentivo da Editora da Universidade Estadual da Paraíba (EDUEPB) e se fortaleceu com a parceria de um projeto de extensão do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
O projeto “Desengaveta Meu Texto”, criado pela professora Patrícia Rosas Araújo, e que funciona em parceria com a UEPB, venceu o Prêmio do Movimento LED – Luz na Educação, na categoria “Educação Básica”. A iniciativa da TV Globo com a Fundação Roberto Marinho, tem como objetivo iluminar práticas inovadoras na educação brasileira e reconhecer quem está revolucionando o setor. Os vencedores do prêmio de todo o Brasil em 2022 foram apresentados na noite desta quarta-feira (29), em programa exibido pela Rede Globo.
O projeto vencedor incentiva a produção textual de alunos da Rede Municipal de Campina Grande. Os textos são publicados na Revista Tertúlia, que está em sua 5ª edição, sempre publicada pela EDUEPB. A conquista foi comemorada pelos idealizadores da iniciativa que viram no projeto uma oportunidade de tornar os estudantes protagonistas de uma ideia iluminada e inspiradora.
Ainda em estado de júbilo, o professor do CCJ, Luciano Nascimento, falou sobre a emoção de ver o “Desengaveta Meu Texto” obtendo o primeiro lugar em um prêmio nacional, e dá grande relevância à iniciativa para o incentivo da educação. No corredor da Biblioteca II, na Central de Integração Acadêmica Paulo Freire, o docente relatou como surgiu o projeto e a parceria com a Universidade. Ele contou que esse trabalho conjunto funciona desde 2018, quando a professora Patrícia Rosas, na época, professora substituta do curso de Letras da UEPB, teve a ideia de criar a revista.
A Editora apoiou a iniciativa escrita inicialmente por estudantes de uma escola municipal na cidade de Queimadas. Com essa publicação, a EDUEPB foi duas vezes finalista do Prêmio Jabuti, uma em 2018 e outra em 2020, na categoria “Criação de novos leitores”. Com o sucesso da “Tertúlia”, nasceu o projeto “Desengaveta Meu Texto”, vencedor de um edital da Fundação Carlos Chagas. Com os recursos deste prêmio, a professora Patrícia Rosas criou e estruturou o Instituto Desengavetar, que funciona no bairro das Três Irmãs, em Campina Grande.
Para concorrer ao edital da Fundação Roberto Marinho, o Instituto Desengavetar precisava de uma atividade de magistério, o que foi possível graças à parceria com o projeto de extensão “Direitos Fundamentais da Criança e do Adolescente no Ensino Básico”, realizado no CCJ. A iniciativa, coordenada pelo professor Luciano Nascimento, se transformou no projeto denominado “Programa de Lições de Direitos Fundamentais em Ensino Básico”, que funciona com a participação de cinco estudantes de Direito.
Apresentado em um edital da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), o programa funciona com aulas todos os sábados, na sede do Instituto Desengavetar, junto a ideia chamada “Clube Move Leitores”. Durante os encontros, os estudantes do CCJ apresentam para as crianças um programa de lições sobre Direitos Humanos, com base em diversos documentos nacionais e internacionais. Ao comemorar a conquista, o professor Luciano destacou que o “Desengaveta Meu Texto” não é apenas um projeto pedagógico e educacional, mas tem como diferencial, o protagonismo que ele possibilita ao estudante do ensino básico, que escreve os textos que posteriormente são publicados na Tertúlia.
Visivelmente emocionada com a conquista, a professora Patrícia Rosas destacou a importância da parceria com a UEPB para o êxito da iniciativa. Ela enfatizou que “Desengaveta Meu Texto” é um projeto de fomento à leitura e a escrita junto a jovens e adolescentes de escolas públicas, tendo surgido em 2017, sendo que em 2019, se vinculou à Rede Estadual e migrou para Campina Grande, mantendo a essência de atingir estudantes periféricos de várias escolas, até se transformar em um instituto. A ideia inicial foi transformar frustrações pessoais dos estudantes em possibilidades de futuro para a educação.
O projeto desenvolve e aplica práticas de letramento inovadoras e colaborativas, dentro da rotina escolar, em sala de aula e fora dela. A partir dele, alunos e professores produzem textos através de diversas produções editoriais impressas e digitais. “Desde o início do projeto nós temos uma parceria com a UEPB, através EDUEPB, com a doação de livros que tem sido importante, bem como a parceria com o projeto de extensão do CCJ”, destacou.
Sobre o prêmio, ela lembrou que para chegar à final e se tornar um dos vencedores, foi preciso ultrapassar três etapas de seleção, concorrendo com mais de três mil inscrições. “Esse prêmio reconhece o trabalho que estamos desenvolvendo para o fomento de leitura e escrita junto a crianças de escolas públicas. Isso consolida o nosso trabalho e fortalece o projeto, ajudando a buscar novas parcerias”, enfatizou a docente acrescentando que atualmente, 10 professores voluntários atuam no projeto, que teve mais de 200 alunos contemplados com textos publicados na Revista Tertúlia.
Pioneiro no país, o Prêmio do Movimento LED – Luz na Educação é uma iniciativa da Globo e da Fundação Roberto Marinho, e nasceu com o propósito de iluminar práticas inovadoras na educação brasileira e de reconhecer quem está revolucionando o setor. A professora Patrícia Rosas lecionou no Departamento de Letras da Universidade Estadual da Paraíba e também atuou como professora supervisora no PIBID Letras UEPB, desempenhando suas atividades na Escola CAIC, em Campina Grande.
Redação com assessoria
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