Em um gesto que une sensibilidade, empatia e compromisso com a permanência estudantil, uma sala de aula da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) ganhou um novo “móvel” entre as carteiras e quadros: um berço. Isso mesmo — a sala B202 do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), no Câmpus I, agora abriga, além de futuros engenheiros e engenheiras, a pequena Ayla Barbosa de Oliveira, filha da estudante Daiane Fernandes Barbosa, do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental.
A iniciativa surgiu da necessidade real de Daiane, que após se tornar mãe há nove meses, enfrentava o desafio de conciliar a maternidade com os estudos. Pernambucana, moradora do bairro dos Cuités, em Campina Grande, ela havia solicitado licença maternidade e, posteriormente, retornado às aulas de forma remota. Mas ao se aproximar do fim do curso, a presença em sala era inevitável. E com Ayla ainda em fase de amamentação, as dificuldades começaram a aparecer.
Ao perceber os desafios enfrentados pela aluna — que assistia às aulas com a bebê no colo, dificultando a concentração e as anotações — a professora Weruska Brasileiro, que também é pró-reitora de Infraestrutura da UEPB, teve uma ideia simples, mas transformadora: construir um berço para a bebê dentro da própria sala de aula.
“Eu ficava pensando como poderia ajudá-la, já que ela precisava anotar o conteúdo e, ao mesmo tempo, cuidar da bebê. Então, pensei: por que não fazer um bercinho para que Ayla possa ficar ao lado da mãe com segurança e conforto?”, relatou a professora.
Com apoio da PROINFRA, marceneiros da universidade construíram o berço com materiais novos, adaptado especialmente para o ambiente acadêmico. Instalado ao lado da carteira de Daiane, o berço garante que a mãe possa assistir às aulas com mais tranquilidade, sem se distanciar da filha.
“Esse berço fez toda a diferença. Eu consigo prestar mais atenção nas aulas, fazer anotações, e Ayla fica brincando tranquila do meu lado. No começo foi bem difícil, mas agora estou mais confiante e acolhida”, afirmou Daiane, emocionada.
A chegada do berço à sala de aula transformou também a relação da turma com a maternidade. Os colegas acolheram a bebê com carinho, e a presença de Ayla se tornou um símbolo de afeto e resistência dentro do ambiente universitário. Até a professora Weruska confessa: “É difícil resistir ao sorriso dessa menina!”
O sucesso da iniciativa motivou a reitora Célia Regina Diniz a ampliar a ideia. A UEPB agora está confeccionando berços para os demais centros e câmpus da instituição. Inicialmente, quatro berços estão em produção, mas a proposta é que cada unidade da universidade tenha pelo menos um, garantindo apoio a todas as estudantes em fase de amamentação.
O próximo berço, segundo Weruska, será enviado ao Câmpus IV, em Catolé do Rocha. “Queremos que essa seja uma política permanente. As mães não devem escolher entre estudar ou cuidar de seus filhos. A universidade precisa se adaptar à vida real dos seus alunos”, concluiu.
Com essa ação, a UEPB não apenas constrói berços — ela constrói pontes entre o sonho da maternidade e o sonho da graduação.
Texto e fotos – Severino Lopes
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