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“Desafio da rasteira”: especialistas na PB alertam para riscos de brincadeiras

Uma brincadeira perigosa, de alto risco, que pode causar danos a coluna, problemas neurológicos e até matar. Esta semana vídeos em que adolescentes aparecem brincando de derrubar uns aos outros no chão dentro de escolas começaram a circular nas redes sociais e passaram a preocupar pais e mães neste início de ano letivo. Especialistas alertam que esse tipo de brincadeiras pode causar acidentes e levar à morte.

Estes jogos, batizados de “desafio da rasteira” são de auto risco, conforme alertou ao PB Agora alguns especialistas. O fisioterapeuta Ciro Franco de Medeiros Neto disse que esse tipo de brincadeira pode causar sérias consequências aos estudantes como traumatismo crânio cefálico.

“São muitas as sequelas que essa brincadeira pode causar como traumatismo que pode gerar desde morte até alteração neurológica. O paciente pode perder a consciência e perder os movimentos de braços, pés e tronco” alertou o fisioterapeuta.

O especialista que coordena a Clínica Escola do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), alertou ainda que a brincadeira pode ainda afetar a visão do paciente, sendo que em casos mais graves de uma queda, ele pode romper algum vaso o que provocar futuramente um Acidente Cerebral Vascular (AVC).

Ciro Franco de Medeiros ressaltou ainda que uma queda gerada pela brincadeira pode afetar a região da coluna e gerar uma lesão modelar, sendo que o paciente pode ficar até tetraplégico ou paraplégico.

Os neurocirurgiões  também alertam para os riscos à saúde representados por essas brincadeiras. De acordo com os especialistas, uma pancada mais forte na cabeça pode resultar em traumatismo craniano, com hematomas cerebrais. Além disso, uma queda nessas circunstâncias pode ocasionar lesões na coluna cervical.

Um dos mais renomados e respeitados neurocirurgiões de Campina Grande, dr Rafael Holanda disse em entrevista ao PB Agora, que uma manobra intempestiva em que a pessoa bate com a cabeça no chão, pode ser fatal.

“Aquilo não é uma brincadeira. Aquilo é um tiro na vida. Ele pode ter uma fratura na região occipital, e nessa região passa grandes vasos cerebrais. E o indivíduo pode ter uma hemorragia fulminante e morrer ali naquele local” alertou o neurocirurgião.

Além dessa pancada na região occipital segundo dr Rafael, o indivíduo pode ter uma repercussão no lombo frontal com hemorragia intensa, e o arrancamento violento do primeiro par craniano olfatório.

“Se escapar o indivíduo se escapar ele não vai mais sentir gosto ou cheio” observou.
Além do mais, o impacto nessa região, segundo o especialista, pode provocar fratura de C 1 e C2 e consequentemente, deixar a pessoa tetraplégica.

Após tomarem conhecimento do conteúdo, algumas escolas particulares de Campina Grande adotaram medidas para tentar evitar que as brincadeiras aconteçam. Em um dos colégios, a coordenadora visitou as salas de aula e alertou os alunos para os riscos da brincadeira. Um comunicado também foi feito aos país mostrando a preocupação da escola com a brincadeira.

“Estamos cientes e acompanhando as últimas “brincadeiras” postadas nas férias redes sociais em relação aos adolescentes pularem e empurrarem os colegas, trazendo perigo a sua integridade. Tão preocupados quanto país/responsáveis com a situação, que desde o dia de ontem, estamos entrando e orientando para prevenção em cada sala de aula, sobre o assunto. Estamos em alerta, certos também da vossa vigília e orientação” diz o comunicado.

Os educadores observam que o acompanhamento dos pais, sobre o conteúdo que o filho está olhando na internet e orientações sobre os riscos de brincadeiras são fundamentais para a segurança dos adolescentes. Em pelo menos uma escola de Campina Grande, localizada no bairro do Catolé, esse tipo de brincadeira já foi registrada.

“Na escola que eu trabalho, um aluno contou que já fez essa brincadeira” disse a professora Marlene de Souza.

Em novembro do ano passado, uma adolescente de 16 anos morreu em novembro de 2019, de traumatismo craniano, em Mossoró (RN) após participar da brincadeira no colégio.

Um dos vídeos gravados em ambiente escolar, mostra três estudantes brincando do “jogo” A pessoa que está no meio leva uma “rasteira”, sofrendo a queda tão brusca que fica desacordado após bater a cabeça.

Em um desses registros, duas adolescentes aparecem dando uma rasteira em uma terceira. Em outros vídeos, a brincadeira é a chamada “roleta humana”, envolve três pessoas – uma delas é girada para trás pelos outros colegas.

Severino Lopes
PB Agora

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