No sentido de difundir o conhecimento da cannabis (maconha) como erva medicinal, conscientizando as pessoas de que antes de ser um perigo essa erva está salvando vidas e aliviando o sofrimento de milhares de pessoas, a ONG Liga Canábica da Paraíba promoveu na última segunda-feira (22) no Centro de Educação da UFPB, um seminário sobre o uso da maconha para fins medicinais.
“A demanda de pessoas que necessitam dessa planta para aliviar o sofrimento de algumas patologias tem crescido na Paraíba, mas por conta da proibição, as pessoas que não têm autorização para exportação, estão recorrendo ao tráfico para conseguir a cannabis para fins medicinais”.
A revelação é do presidente da Liga Canábica da Paraíba, Júlio Américo. “Atualmente a cannabis é uma porta de saída para o sofrimento de milhares de brasileiros que sofrem com mal de parkinson, alzheimer, esclerose múltipla, câncer, epilepsia e outras doenças. Na Paraíba, cerca de 40 pacientes são atendidos pela ONG Liga Canábica que por conta da proibição ou de falta de políticas públicas não pode comprar a planta para extrair seu óleo para fins medicinais”, disse Américo.
Para ele, no lugar de proibir e do preconceito, é necessário que haja uma cultura de acolhimento onde exista orientação de fusão do conhecimento, formação da classe médica e educação para que as pessoas usem a cannabis da melhor maneira possível. O evento também teve o objetivo de mostrar as consequências, riscos e danos sociais decorrentes da política de proibição.
Segundo o jornalista e cineasta Tarso Araújo, autor do livro “Almanaque das Drogas” e colaborador da Revista Superinteressante, existem cerca de 600 mil pessoas no Brasil que sofrem com epilepsia e deveriam ter o acesso ao medicamento extraído da maconha. Tarço Araújo, informou que em diversos países já foi aprovado o uso da cannabis para fins medicinais. É o exemplo da Alemanha, Canadá e 27 estados dos Estados Unidos, entre outros. É uma realidade de mais de 20 anos. Fonte de violência No Brasil, o que existe é um princípio de regulamentação que foi dado pela Anvisa para que as pessoas tenham acesso. Mas apenas um número muito pequeno de pessoas pode usufruir e o processo é complicado e muito burocrático.
“É um tratamento que deve custar cerca de R$ 1 mil por mês”, disse o jornalista que fez uma palestra sobre o surgimento da maconha e sobre os danos sociais dessa planta com sua proibição que promove a resistência do tráfico como fonte de violência. Ele disse ainda, que a proibição da cannabis provoca o tráfico e muita violência. “É necessário que haja a regulamentação da maconha, porque só assim haveria uma diminuição do tráfico, porque a proibição já está comprovado que não dá certo. Com a regulamentação, não circularia dinheiro para compra de armas e as crianças deixariam de ser soldados dos traficantes”, disse Tarço Araújo.
Redação