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Aluno da turma pioneira da UAMA da UEPB lança livro abordando sua biografia aos 92 anos

Resistência e coragem para enfrentar as intempéries da vida. A batalha de um sertanejo para garantir o sustento da família em meio à grandes secas que castigavam a região. Longevidade, lucidez e um exemplo de vida e de envelhecimento saudável.

Com todos esses atributos, Jerônimo Alves Maia, aluno da turma pioneira do curso “Educação para o Envelhecimento Humano”, da Universidade Aberta à Maturidade (UAMA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) resolveu transpor para as páginas de um livro a sua trajetória de vida. Aos 92 anos, o aposentado resolveu se tornar escritor, para inspirar outras pessoas.

O livro “Memorial JM: 90 anos de vida e história de Jerônimo Maia”, foi lançado na manhã desta quarta-feira (24), no hall da Central de Integração Acadêmica Paulo Freire. A solenidade contou com a presença do coordenador geral da UAMA, professor Manoel Freire de Oliveira Neto, professores do curso, filhos, netos, bisnetos e sobrinhos de seu Jerônimo Maia.

A apresentação da obra foi feita por um dos filhos do autor, o professor Erion de Paiva Maia. Emocionado, ele destacou em sua fala parte da luta e do legado do ex-aluno da UAMA. Ele lembrou das batalhas que o sertanejo enfrentou para garantir o sustento da família e criar os filhos, tendo, certa vez, trabalhado nas frentes de emergência abrindo estradas em umas das mais severas secas que o Sertão paraibano atravessou.

Com muita luta, persistência e determinação, criou quatro filhos, hoje todos formados, sendo que um dos bisnetos está prestes a concluir o curso de Medicina. Ele lembrou que o seu Jerônimo sempre incentivou os seus filhos a estudar, sendo esse o maior tesouro que ele transmitiu aos descendentes, hoje, todos formados.

Para alegria da família, seu Jerônimo Alves Maia, também decidiu estudar, tendo ingressado na turma pioneira da UAMA em 2009. Erion de Paiva Maia enfatizou que a UAMA foi muito importante na vida do aposentado, que aprendeu grandes lições, principalmente como envelhecer saudável e feliz. Com a mesma emoção e com lágrimas jorrando, o professor Ajalmar Maia, fez um depoimento da vida, história e trajetória do autor da obra. Ele lembrou que o ex-aluno da UAMA sempre foi uma pessoa aguerrida, lutadora que sempre enfrentou as dificuldades e desafios com fé e coragem.

Homem simples, o autor fez um discurso emocionado. Passos lentos, rugas no rosto, mas com um vigor e entusiasmo invejável, ele lembrou alguns dos fatos contidos no “Memorial”.

Diante dos filhos, netos, e sobrinhos, fez questão de enfatizar que não era “escritor”, mas apenas um ex-aluno da UAMA, que resolveu escrever a sua história de vida. Viúvo, contou que teve a ideia de escrever a sua biografia durante a pandemia, quando se viu em meio a momentos de solidão. Ele revelou que em suas orações, pediu a Deus uma luz para atravessar as adversidades da pandemia, e encontrou no livro uma forma de gastar o tempo.

Jerônimo Alves Maia nasceu em 27 de janeiro de 1930, na fazenda Várzea do Tapuio, em Catolé do Rocha, no Sertão da Paraíba. O sertanejo chegou a Campina Grande em 1963 em cima de um caminhão de “pau de arara”, vindo do Rio Grande do Norte, terra de sua esposa Esmeralda de Paiva Maia, a quem dedicou a obra. Na Rainha da Borborema, conseguiu criar todos os filhos. O livro de 84 páginas, foi publicado pela Gráfica e Editora GRAPEP, e retrata os principais momentos da vida do autor.

Coordenador da UAMA, professor Manoel Freire, disse que a história de vida de seu Jerônimo é um exemplo. Mano lembrou que o aposentado foi um aluno aplicado na UAMA, sempre com muito vigor e entusiasmo, tendo ainda, dedicado parte do tempo para participar de algumas das atividades do Departamento de Educação Física (DEF). Para o coordenador, o ex-aluno que hoje faz parte do Grupo de Convivência, é um exemplo de envelhecimento ativo e dinâmico.

“Ele foi um aluno atuante, que entrou na turma e não saiu mais da Universidade”, disse. Desde a primeira turma pioneira e 2009, já são 10 turmas da UAMA que, juntas, somam mais de 700 estudantes de uma iniciativa pioneira no Brasil.

Redação com assessoria

 

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