Categorias: Economia

Presidente do BC confirma que Brasil saiu da crise, mas recomenda cautela

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O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, reafirmou ao “Jornal da Globo” que o Brasil saiu da crise econômica, mas recomendou cautela por causa dos riscos inerentes à recuperação da economia dos Estados Unidos.
 

William Waack – Muitos dizem que o Brasil saiu da crise, mas o BC divulgou um levantamento junto às instituições financeiras que são muito mais cautelosas. Em quem o senhor acredita?

Henrique Meirelles – “Não há dúvidas de que o país já saiu ds crise, não só pelos dados do crescimento do 2º trimestre, mas também por uma série de outros indicadores, como por exemplo o desemprego, que foi o menor para o mês de julho, a massa salarial que demonstra sinal de crescimento, as vendas no varejo que estão superiores ao início da crise. Portanto, o Brasil, de fato, já está crescendo. Agora é evidente que é sempre necessário cautela, principalmente por causa dos riscos inerentes à recuperação da economia americana, que é muito mais frágil”.

 

 

Christiane Pelajo – Durante a crise a inflação se manteve dentro da meta. Agora que a economia volta a crescer, qual é a preocupação com relação à inflação?

Meirelles – “O Brasil, durante os últimos anos, como o resultado de maior estabilidade econômica, investiu em proporções cada vez maiores, isto é, como o 3º trimestre de 2008, por exemplo, o investimento cresceu 20% quase em comparação com 3º trimestre de 2007. Evidentemente que com a crise no mundo inteiro o investimento cai. O fato é que a capacidade de o Brasil crescer, o chamado ‘Produto Potencial’, subiu muito nos últimos anos. Isso dá ao Brasil capacidade de sair da crise, crescendo mais sem gerar desequilíbrios como acontecia em situações anteriores. O Brasil sai com crescimento mais sustentável, mais sólido e com menor risco”.

Carlos Alberto Sardenberg – O Brasil sofreu menos porque houve uma crise de crédito, e tinha pouco crédito no Brasil. Saímos da crise e continuamos com o mesmo problema. Como aumentar o crédito para pessoas e empresa a juros razoáveis?
 

 

Meirelles – “Isso é um processo. Nós temos o crédito no Brasil crescendo a taxas bastante fortes comparada com a maioria dos países. Nós entramos na crise e o crédito estava crescendo a cerca de 30% ao ano. É uma taxa de crescimento importante, já está começando a atingir patamares mais respeitáveis. Saímos com 22% do Produto, do total de crédito do país. Estamos hoje já acima de 44%. Isto tem que ser gradual, porque se não desequilibra a economia e desequilibra o sistema. O crescimento já está voltando para o crédito, as taxas de juros já começam a cair. Acredito que esse é o caminho correto”.

William Waack – O senhor vê como saída da crise, como os economistas chamam na forma de letra “V”, logo correndo para cima, ou é mais um “L”, de maneira muito lenta?

Meirelles – “Temos três tipos de países, três grupos. Temos aqueles onde já se vislumbra o piso, os mercados ficam um pouco eufórico, mas se espera uma saída bastante lenta. Tem aqueles países que já começam a crescer, mas também de uma forma lenta. E existe aqueles países que já estão crescendo de uma forma mais importante. Comparando com os demais, por exemplo, que normalmente publicam taxas trimestrais anualizadas, se anualizarmos os 1.8 do Brasil, vamos chegar a uma taxa de 7,8% anualizada do segundo trimestre. Já é uma das taxas elevadas, o que significa que o Brasil sai da crise dentro desse terceiro grupo, daqueles países que já estão crescendo com mais força. É uma trajetória bastante favorável, bastante positiva”.

Christiane Pelajo – O senhor sai candidato ano que vem?

Meirelles – “Terei até o final de março para tomar uma decisão. Como todo banqueiro central, eu tomo decisão na hora certa”.

Carlos Alberto Sardenberg – Irá se inscrever em algum partido até o final deste mês?

Meirelles – “É uma outra decisão que tenho que tomar. Tive um mês viajando, focado em assuntos da macroeconomia mundial. Voltei há poucos dias. Agora sim vou poder parar um pouquinho e pensar. Não tenho escolha de partido. Sequer me decidi ainda se vou me filiar. Caso venha a me filiar, aí sim só vou tomar uma decisão de me candidatar ou não em março do ano que vem. Até lá foco total no Banco Central”.
 

 

G1

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