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PIB cresce 0,1% no 3º trimestre, na terceira alta seguida

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 O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,1% no terceiro trimestre deste ano, na terceira alta seguida na comparação com os três meses anteriores. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 1,6 trilhão.

 

Os economistas ouvidos pelo G1 previam uma variação do PIB maior no terceiro trimestre. No entanto, eles ressalvam que a variação de 0,1% no período foi compensada por uma revisão no resultado do PIB acima das expectativas.

 

“O 0,1% espantou um pouco, mas é preciso ter cuidado nessa análise, porque o IBGE revisa bem as contas no terceiro trimestre e isso mudou bem a dinâmica trimestral”, afirma Alessandra Ribeiro, economista da Tendências, que projetava uma alta de 0,4%.

 

Por rotina, o IBGE revisou o PIB do primeiro e segundo trimestres. Em vez do crescimento de 0,2% no período de abril a junho, o avanço foi de 0,7%. Já no primeiro, o crescimento foi de 1,3%, ao contrário do 1% anteriormente divulgado.

 

Entre os setores da economia, indústria e serviços avançaram, enquanto a agricultura registrou retração no terceiro trimestre. A indústria cresceu 0,8%, influenciada pelas indústrias de transformação (1,4%) e extrativa (0,2%).

 

Já o setor de serviços avançou 0,6%, diante do resultado positivo do comércio (1,6%). A expansão já era percebida por empresas e consumidores ouvidos pelo G1 – veja relatos na reportagem especial.

Na contramão, a agropecuária recuou 3%, após uma queda de 2,3% no trimestre anterior e de uma forte alta de 12,9% de janeiro a março.

 

“A agropecuária foi a grande responsável pelo PIB não ter crescido mais. Caiu porque a gente não tem mais safra da soja e entrou a safra da cana, que está com estimativa de queda. Pelo serviço e pela indústria, a gente teria crescido bem mais”, disse Rebeca de La Rocque Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

 

Segundo ela, ignorando a agropecuária, o crescimento do terceiro trimestre teria ficado entre 0,6% e 0,8%.

 

O consumo das famílias, que durante muitos anos sustentou o crescimento da economia brasileira, puxou novamente o resultado do PIB do terceiro trimestre de 2017. No período, a alta foi de 1,2%, a mesma registrada no trimestre anterior.

 

Segundo a pesquisadora, o crescimento do consumo das famílias foi influenciado pelo aumento de 2% da massa salarial real, pela queda da taxa de juros e pela desaceleração da inflação.

 

Além do consumo das famílias, também entram no cálculo do PIB os gastos do governo, investimentos e o resultado da balança comercial.

 

As despesas do governo seguem em queda pelo quinto trimestre consecutivo (-0,2%), segundo o IBGE.

 

O desempenho do setor externo também contribuiu com o PIB do terceiro trimestre, ainda que tenha peso menor do que os outros indicadores. As exportações cresceram 4,1%, depois do avanço de 1,2% no segundo trimestre, e as importações subiram 6,6%, após queda de 3,4%.

 

Investimentos

Um dos grandes destaques do PIB do terceiro trimestre foi a retomada do crescimento dos investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), taxa que apura o que se investe em máquinas, bens duráveis e construção civil. O investimento avançou 1,6% na comparação com o trimestre anterior, na primeira alta desde o terceiro trimestre de 2013.

 

Com a alta, a taxa de investimentos medida em percentual do PIB (Produto Interno Bruto) subiu para 16,1% no 3º trimestre.

 

Com a volta dos investimentos, reforçam as apostas dos economistas de que a recuperação da economia brasileira tende a ganhar um pouco mais de tração daqui para frente.

 

De acordo com Rebeca, o avanço dos investimentos se deve à produção e a importação de bens e serviços, já que a construção ficou estável em relação ao trimestre anterior.

 

“A gente vai ver que a exportação da agropecuária foi altíssima neste terceiro trimestre. A maior parte da produção de soja e de milho estava sendo acumulada e começou a ser escoada neste trimestre.”

 

Comparação com 2016

O resultado do PIB também pode ser comparado com o registrado no mesmo período do ano passado. Nessa base de comparação, a economia cresceu 1,4%, na maior alta desde o primeiro trimestre de 2014.

 

Nessa base de comparação, ao contrário do que foi observado na análise trimestral, a agropecuária cresceu 9,1%. O IBGE atribui esse resultado ao bom desempenho da safra no período, como a do milho (54,9%) e a do algodão herbáceo (10,7%).

 

A indústria avançou 0,4%, puxada pelo aumento da produção de alimentos, veículos, móveis, máquinas e equipamentos, entre outros. Serviços, por sua vez, tiveram alta de 1%, sob influência do comércio (atacadista e varejista).

 

“Olhando por dentro das 12 atividades, a gente vê o comércio como maior destaque [cresceu 1,6%]. Ele está relacionado com o aumento do consumo das famílias”, afirmou Rebeca.

 

Acumulado no ano

No ano, o PIB acumula crescimento de 0,6%, puxado pela agropecuária, que avançou 14,5%. Os demais setores da economia ainda estão em queda, no acumulado do ano.

 

A atividade na indústria recuou 0,9%, com a retração na construção civil (-6,1%) influenciando negativamente o resultado.

 

Já o setor de serviços também tem, até setembro, resultado negativo (-0,2%), influenciado pelas atividades de informação e comunicação (-2%) e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-1,8%).

 

Apesar de ter subido pela primeira vez em 16 trimestres no período de julho a setembro, o investimento acumula queda de 3,6% no ano.

 

A despesa de consumo das famílias avança 0,4% e os gastos do governo recuam 0,6%. As importações de bens e serviços sobem 3,9%, e as exportações, 4%.

 

Um ranking da expansão no terceiro trimestre, na comparação anual, elaborado pela Austin Rating mostra o Brasil em antepenúltimo em uma lista de 47 países.

 

 

G1

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