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Para Lula e Mantega, recuperação da economia brasileira virá logo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda Guido Mantega tentaram, ontem, minimizar o resultado negativo da forte queda de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre de 2008. Mesmo desistindo da estimativa de um crescimento de 4% este ano – projeção que ficou totalmente fora da realidade após dos dados de ontem – o governo bateu na tecla de que a recuperação virá logo. Lula afirmou acreditar numa recuperação da economia brasileira no segundo trimestre deste ano, enquanto Mantega afirmou que ela já começou. " Nós tínhamos muito estoque e gastamos todo o estoque que tínhamos. Além disso, o crédito brasileiro começa a se normalizar. Vamos entrar em uma fase de retomada do crescimento " , disse ele, após almoço com o presidente do Uruguai, Tabaré Vásquez.

Embora Lula tivesse um compromisso marcado para o início da noite de ontem, quando compareceria ao 10 Congresso Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, ele marcou um encontro extra-agenda com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A informação na Presidência foi de que essa reunião era para analisar a conjuntura após a queda brutal do PIB entre outubro e dezembro do ano passado de 3,6% e para Lula entender melhor o que está acontecendo. Somente depois de quase duas horas de atraso, a informação de que o presidente não iria ao encontro chegou ao congresso dos trabalhadores rurais. Mantega, em entrevista no início da tarde, rendeu-se aos fatos e admitiu que " dificilmente " será alcançada a meta de crescimento de 4% do PIB, definida pelo governo para este ano e preferiu não fazer novas projeções.

O ministro da Fazenda disse, porém, que o país apresentará crescimento este ano e afirmou não acreditar na ocorrência de uma recessão técnica, entendida como dois trimestres seguidos de retração do PIB. Segundo Mantega, o primeiro trimestre deste ano já apresenta recuperação de alguns setores importantes, como o da indústria automobilística e o da construção. Lula também se esquivou de fazer novas projeções. " Até porque cada dia é uma novidade, é um banco novo que quebra. Ninguém sabe ainda o tamanho do buraco nos Estados Unidos, do rombo na Europa " , justificou o presidente.

O mercado, antes de conhecer os dados de 2008, apostava em um PIB entre 1% e 1,5% e alguns analistas falavam em recessão. " Mesmo se o crescimento do Brasil for próximo de zero, ainda seremos um dos poucos países emergentes que não entrarão em recessão, como a Europa e os Estados Unidos " , argumentou Lula, lembrando o aumento nas obras de infraestrutura como uma alavanca importante para a retomada do crescimento. " Vamos manter nossa política social e lançaremos em breve o pacote habitacional " , disse ele.

Lula afirmou que as medidas tomadas pelo governo estão dando resultados, apesar de os efeitos serem lentos. Destacou que o crédito internacional ainda é um problema e questionou quem irá injetar os US$ 700 bilhões a US$ 800 bilhões considerados essenciais para retomar a liquidez mundial. " Esta não é uma crise para ficarmos chorando. Nem podemos aumentar o protecionismo, precisamos é de mais comércio " , disse Lula.

No Ministério da Fazenda, os técnicos vão rever as estimativas para a economia este ano. Mantega revelou que, no pacote habitacional que deve ser divulgado brevemente, não haverá desoneração de tributos. Também que não deve haver nova redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). No dia 20 o governo vai anunciar uma nova previsão de execução orçamentária e Mantega prometeu apresentar cortes de despesas correntes.

Ele admitiu que o reflexo da desaceleração do último trimestre de 2008 já estava presente na arrecadação de janeiro e fevereiro, abaixo do esperado. " Não cogitamos reduzir o resultado primário. Temos uma lei flexível que permite usar a margem de 0,5% do PIB referente ao Projeto Piloto de Investimentos. Não vejo necessidade de mexer nisso. O governo vai aumentar o investimento e tomar as medidas para manter o crescimento " , prometeu.
 

UOL

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