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Mesmo com grande recarga de água, açude segue com risco

Açude de Boqueirão recebe recarga de 2 milhões de metros cúbicos de água, mas racionamento não foi descartado

Por conta da seca prolongada, os principais reservatórios que abastecem a Paraíba, tiveram queda no nível de água armazenada, levando a Cagepa a decretar racionamento em algumas cidades do Estado, e suspender o fornecimento em outros municípios.

O açude Epitácio Pessoa em Boqueirão, responsável pelo abastecimento de Campina Grande e mais 19 municípios do Compartimento da Borborema, teve redução brusca no volume de água, deixando mais de 1 milhão de paraibanos que dependem do reservatório, temerosos com o risco de um colapso. Boqueirão atingiu menos de 45% de sua capacidade, e o fornecimento de água em algumas cidades chegou a ficar comprometido.

Só que aos poucos essa realidade temorosa começa a mudar. As chuvas fortes que caíram no último final de semana, principalmente nas cabeceiras dos rios Paraíba e Taperoá, propiciaram alento para os moradores das cidades que enfrentam uma crítica situação em termos de recursos hídricos, como também os agricultores.

Em menos de 4h de chuva em cidades como Taperoã e Cabaceiras, o açude de Boqueirão recebeu uma recarga de aproximadamente 2 milhões de m³, algo equivalente a sete centímetros de sua lâmina.
De acordo com informações da Agência Executiva de Gestão das Águas (AESA), fornecidas ao PBAgora, Boqueirão amanheceu nesta segunda-feira (04) acumulando 169.122.415 milhões de metros cúbicos, o que corresponde a 41.1% da total capacidade de armazenamento do reservatório que é de 411.686.287 milhões de metros cúbicos.

Mesmo tendo recebido novo aporte de água, a situação do manancial ainda é preocupante. Localizado no Agreste da Paraíba e responsável pelo abastecimento regular de 19 municípios com mais de um milhão de habitantes, Boqueirão ainda corre risco de entrar em colapso de acordo com estudo da Agência Nacional das Águas.

O açude Epitácio Pessoa, tem perdido 11 milhões de metros cúbicos de água por mês. Com a redução do volume e a perda de quase 2% de sua água por dia, o açude de Boqueirão vem tornando visível o surgimento de várias ilhas que não eram observadas há anos.

"O volume já causa certa preocupação. É crescente a demanda e estamos entrando nos meses de maior evaporação. Entre setembro, outubro e novembro ele vai perder 11 milhões de metros cúbicos de água por mês", afirmou o gerente de bacias hídricas da Aesa, Lucílio Vieira

De janeiro a outubro, Boqueirão perdeu mais de 18% de seu volume e está atualmente com 181 milhões de metros cúbicos de água, contando já com os cerca de 35 milhões de metros cúbicos que são impróprios para o consumo humano.

Segundo a Aesa, desde 2011 não é registrado sangramento do manancial. A demanda atual de consumo é de mais de um milhão de pessoas em 26 localidades de 19 cidades.

Chuvas – As chuvas que caíram neste final de semana no Estado da Paraíba provocaram estragos em algumas localidades. Na cidade de Catolé do Rocha, parte do teto do Hospital Regional Dr. Américo Maia de Vasconcelos caiu e a água invadiu vários compartimentos da unidade hospitalar.
Vários pacientes que estavam internados no hospital tiveram que ser transferidos para o Hospital Infantil Ermina Evangelista. Segundo dado da Aesa choveu 109 mm na cidade.

Severino Lopes

PBAgora

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