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Medidas para conter crédito e consumo deixa o consumidor mais seletivo

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As restrições ao crédito anunciadas pelo governo, que vão retirar R$ 61 bilhões da economia para conter o consumo e a inflação, não diminuíram a vontade do brasileiro de ir às compras, mas o tornaram mais seletivo. A iniciativa do Banco Central provocou uma mudança no comportamento do consumidor. Agora, ele prefere planejar e comprar à vista, diferentemente do observado nos anos anteriores. A menos de uma semana do Natal, ontem, os shopping centers estavam cheios de gente à procura de ofertas e boas condições de pagamento. A estimativa do Conjunto Nacional, por exemplo, é de receber 120 mil pessoas por dia neste fim de ano e elevar em ao menos 15% o volume de vendas.

Entre os principais itens mais procurados pelos consumidores, estão eletrodomésticos, como geladeiras e fogões, e os eletroeletrônicos, principamente televisores e computadores. O casal de servidores públicos Antônio Rafael Leite da Silva, 47 anos, e Gimária Roma, 43, aproveitou o fim de semana para pesquisar os preços de uma geladeira e uma televisão. Como o valor dos produtos deve chegar a R$ 4 mil, eles planejaram a compra para poder pagar à vista. A diversidade de opções e marcas, porém, deixa o casal confuso. “Vamos andar pelas lojas durante mais uma semana. Estamos procurando a melhor oferta e, para levar os bens, vamos usar o 13º salário”, revela Silva.
 

De fato, um dos principais fatores que contribuem para o aumento das vendas no fim do ano é o pagamento do 13º salário — a segunda parcela do benefício foi depositada na conta dos trabalhadores neste fim de semana. A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) ressalta que, se as ações do BC para evitar uma escalada no aumento dos preços vão retirar R$ 61 bilhões da economia, o pagamento do 13º colocou R$ 102 bilhões em circulação, montante que equivale a 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas geradas no país). Para a CNDL, o mercado doméstico continua aquecido e não deve ser contido a curto prazo.

Oferta

O advogado Hosana Luiz de Faria, 48 anos, aproveitou as ofertas de fim de ano para comprar um computador para o seu escritório. Como conseguiu desconto de 16%, preferiu pagar à vista. “O preço caiu de R$ 1,2 mil para R$ 999. É melhor quitar de uma vez só”, garante. Faria não teve muito trabalho para encontrar o artigo.

“Pesquisei todos os valores pela internet e vim direto na loja. Em fevereiro, com as novas promoções, pretendo adquirir um micro-ondas para dar de presente.”
Adriano Lúcio da Silva, gerente de uma unidade da Ricardo Eletro, espera que o número de vendas cresça 5% no fim de ano em relação ao mesmo período de 2009. Segundo ele, metade das vendas é à vista e apenas 2% em parcelas no boleto bancário, modalidade de crédito que inclui juros. “O brasileiro criou o hábito do dinheiro de plástico. Se não puder pagar de uma vez só, ele prefere dividir no cartão”, afirma. O gerente da Ctis Digital, Rodrigo Dourado, observa o mesmo comportamento nos clientes. “A maioria está preferindo economizar para comprar à vista ou pagar o menor número de parcelas possíveis. Cerca de 50% das vendas são em débito ou em dinheiro. O consumidor está mais consciente”, ressalta.

Segundo Dourado, os artigos mais procurados na loja são notebooks e produtos de áudio e vídeo. A servidora pública Maria Rita Thiago, 49 anos, está à procura de uma tevê digital e pretende pagar R$ 1,5 mil, também à vista. No entanto, ela quer visitar várias lojas antes de fechar o negócio. “Estou pesquisando para ver se é possível levar. Se não tiver desconto, vou dividir. Mas se houver um bônus, será no dinheiro, usando o 13º salário”, diz.

Neste período do ano, o consumidor está em busca de presentes para familiares e amigos, não necessariamente de produtos caros. Ontem, as principais lojas de departamentos e livrarias dos shoppings tinham filas grandes nos caixas. Em muitos casos, porém, as pessoas estão preferindo elaborar uma lista antes de sair de casa. A ideia é não cair na tentação diante de combinações nada saudáveis para o bolso, como promoções e dinheiro extra na conta. Afinal, o início do ano traz pesados compromissos, como impostos, taxas, matrícula dos filhos e material escolar.
A economista Larissa Prates, 32 anos, está tomando esse cuidado. Ela optou por sair do emprego em março para se dedicar à filha, de 5 anos. Agora, está mais disciplinada na hora de escolher os presentes. “Estou pagando

R$ 200, em duas parcelas, por seis brinquedos para a minha filha. Ela está na faixa etária em que precisa de jogos didáticos e fiz essa opção. No ano passado, apenas com uma boneca, gastei mais do que isso”, relata. Com os presentes de todos os outros familiares, ela pretende desembolsar R$ 500.

 

Correio Braziliense

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