Categorias: Economia

Leilão deve ter só uma proposta feita por Petrobras e chineses

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 O leilão da área de Libra deve contar com apenas um consórcio, dizem fontes a par das negociações e do governo. De acordo com um executivo que acompanha o processo, o consórcio será formado com a Petrobras e as chinesas CNPC e CNOOC e não terá as cinco empresas — número máximo permitido pelo edital. Já uma fonte do governo lembra ainda que a anglo-holandesa Shell e a francesa Total — que não teria depositado as garantias financeiras — ainda estão no jogo e podem participar do consórcio, no qual a Petrobras terá a maior fatia.

— Libra é a pepita de ouro. O consórcio com a Petrobras não terá as cinco empresas. Será um consórcio com poucas nacionalidades. É difícil alguém entrar num negócio desse sem estar consorciado com a Petrobras — disse o executivo a par das negociações.

A fonte do governo destacou ainda que a Petrobras deverá ter um percentual maior que os 30% estabelecidos em lei. Segundo ele, a recomendação é que a estatal brasileira tenha a maior fatia do consórcio.

— Será um leilão de um envelope com empresas grandes. Eu diria que é a Petrobras associada a empresas chinesas, Shell e Total — disse a fonte do governo.
Ontem, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, veio a público reforçar que a licitação é “uma grande revolução econômica para o bem do Brasil”. O ministro garantiu que, mesmo que apenas um consórcio participe, a licitação será realizada na segunda-feira.

— Não sabemos dizer quantos consórcios vão participar desse leilão. Isso importa pouco. O importante é que haja participante, um ou mais de um. Como disse um grande líder chinês, não importa a cor do gato. O importante é que ele cace o rato — disse. — De qualquer maneira ocorrerá o leilão — completou, considerando positiva a vinda de empresas estrangeiras para o país.

O ministro disse ainda que manifestações pacíficas podem ocorrer no dia do evento, mas observou que é preciso levar o leilão adiante:

— Precisamos não nos deter diante delas (das manifestações). E sim realizar aquilo que é de interesse de 200 milhões de brasileiros.

Risco de conteúdo local

Com forte participação dos chineses, a indústria nacional acredita que será difícil atingir as metas de conteúdo nacional para a área de Libra. Acredita-se que serão priorizados fornecedores chineses para determinados itens das unidades de exploração e produção.

— Estamos apreensivos, pois os chineses costumam adotar a política do supply credit (na qual a oferta de crédito por instituições chinesas é atrelada a compromissos de fornecimento de empresas da China) — afirma Claudio Makarovsky, presidente do Conselho de Óleo e Gás da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Para ele, com a provável pressão chinesa, o conteúdo local médio pode não passar de 30%, colocando em risco a política de governo de fomentar a indústria nacional. No edital do leilão, estão previstos conteúdos locais mínimos para diferentes etapas de operação do campo. Na fase exploratória (quando são feitos trabalhos de sísmica e perfuração), o percentual é de 37%. Na fase de desenvolvimento, o índice varia de 55% a 59%, dependendo do período.

A Petrobras admite que alguns itens não são fabricados no Brasil, mas diz que a política de conteúdo local já gerou resultados. Uma fábrica de turbogeradores e uma de compressores a gás foram inauguradas no país recentemente. A estatal diz ainda que a “cadeia de fornecedores precisará aumentar a capacidade de produção, utilizar novas tecnologias, melhorar a produtividade e a competitividade”.

— Corremos o risco de apenas as filiais das multinacionais aproveitarem a oportunidade das encomendas, pois pertencem a grupos mais sólidos financeiramente — diz Edmar de Almeida, do Grupo de Energia do Instituto de Economia da UFRJ

Hoje, os investimentos em inovação vêm sendo liderados pelas multinacionais. No caso do Parque Tecnológico da UFRJ, na Ilha do Governador, no Rio, empresas como GE, Halliburton e Schlumberger já abriram seus centros de pesquisa. Já a americana FMC Technologies inaugurou o centro de pesquisa mais moderno da empresa no mundo, diz Paulo Couto, vice-presidente de Tecnologia.

— Nos últimos três anos, investimos R$ 200 milhões. O Centro no Rio é o mais moderno do mundo. Nosso foco é fazer com que toda a separação de óleo e gás ocorra no fundo do mar e não nas plataformas. Hoje, o pré-sal não é assim. O desafio tecnológico é imenso. Estamos começando — diz Couto.

Ao todo, Maurício Guedes, presidente do Parque, diz que já foram atraídos investimentos de R$ 1 bilhão:

— Antes, as pesquisas eram feitas no exterior. Agora, serão nacionalizadas. Mas é preciso estimular mais parcerias com as faculdades e atrair pequenas e médias empresas.

Outro gargalo enfrentado pela indústria nacional é o déficit de capital humano, diz a Onip, que representa os fornecedores do setor.

 

O GLOBO

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