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Diretor da OMC propõe prêmio para Lula

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, elogiou nesta segunda (2) o Brasil como o país que, segundo ele, está fazendo melhor que outros na resistência ao protecionismo, em plena crise financeira e econômica global.

 

Em discurso na Austrália, o diretor da OMC apontou também atitudes positivas da parte do presidente americano Barack Obama e disse que os governos asiáticos, sobretudo do Japão e Coreia do Sul, estavam reagindo bem à crise global, assim como Austrália e Nova Zelândia. Mas afirmou que o Brasil estava na frente de todos.

"Se fosse para dar um prêmio por esse período, eu penso que o presidente Lula o teria" , disse Lamy. Em janeiro, o Brasil preparou restrições a 60% das importações, através de licenças de importação, mas Lula reverteu a decisão imediatamente por não querer ser identificado com protecionismo.

 

No último dia 27, o presidente Lula disse que o Brasil tem "autoridade moral" para mostrar ao mundo "como se cuida" de um país.

 

A declaração de Lamy tem mais significado político quando se nota em Genebra que a vizinha Argentina estaria pressionando dentro do Mercosul por protecionismo, inclusive contra produtos brasileiros.

 

Em segundo lugar, na classificação de Lamy, vem o presidente americano Barack Obama por seu pacote de estímulo de US$ 787 bilhões, que atenuou, segundo ele, a exigência do "Buy American" (compre produtos americanos) incluído no pacote original.

O diretor da OMC foi em todo caso prudente, evitando endossar as medidas americanas, notando que o "diabo está nos detalhes e na sua implementação" .

Lamy disse que o comércio mundial se tornou outra vítima da crise econômica global. A enorme queda na demanda e dificuldades de acesso ao financiamento comercial levam a uma contração "significativa" das exportações e importações.

 

Ele mencionou estimativas de contração de cerca de 3% em 2009, o primeiro declínio no crescimento do comércio em 17 anos.

Como o comércio tende a crescer mais rápido que a produção nos bons tempos, também tipicamente se contrai mais rapidamente durante uma recessão. Isso significa que um dos mais poderosos motores do crescimento global está impedindo esforços para tirar pessoas da pobreza e está afetando países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Lamy considerou compreensíveis os instintos protecionistas na atual situação global, mas disse que isso equivale na prática a "dar um tiro no próprio pé".

 

E alertou que "protecionismo esperto" simplesmente não funciona, e que a única resposta a crise econômica é estimular o comércio e o consumo.

Segundo o diretor da OMC, se todos os países membros aumentassem as tarifas ao máximo que podem aplicar, pelos acordos atuais, isso resultaria em dobrar a média das alíquotas globalmente. Isso levaria a uma queda de 8% no comércio mundial, reduzindo o bem-estar global em até US$ 350 bilhões.

 

Já se a Rodada Doha for completada com o que está na mesa de negociações, as tarifas seriam cortadas pela metade e os operadores econômicos poderiam ter uma economia de mais de US$ 150 bilhões por ano, afirmou o diretor da OMC.

Lamy coloca muita fé na reunião de líderes do G-20, das maiores nações desenvolvidas e emergentes, no dia 2 de abril em Londres, em torno de medidas para começar a superar a seca de crédito comercial e para sair da crise.

 

 

G1

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