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Crise faz criação de novas vagas de emprego caírem 69% em novembro

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A crise que assombra a economia internacional não poupou os profissionais brasileiros nem mesmo neste fim de ano, época na qual, tradicionalmente, o otimismo toma conta do mercado de trabalho. A abertura de vagas com carteira assinada em novembro caiu 69% em relação ao mesmo período de 2010, ao totalizar 42.735 postos. O resultado é o pior desde novembro de 2008, quando o Brasil sentia todo o peso do estouro da bolha imobiliária norte-americana, e pegou em cheio o Centro-Oeste, única região do país que extinguiu mais empregos formais do que criou no período. Nos três estados, foram fechadas 16.112 oportunidades de trabalho, desempenho parcialmente compensado pelo Distrito Federal, que abriu 1.430 colocações.

A desaceleração acentuada em novembro, segundo o Ministério do Trabalho, concentrou-se especialmente na agricultura, na indústria de transformação e na construção civil. “O comportamento pode ser justificado, em parte, pelos efeitos da crise internacional”, reconheceu o ministro interino, Paulo Roberto dos Santos Pinto.

De acordo com os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem, a perda de ritmo em novembro foi motivada pelo fechamento de 42,2 mil empregos na agricultura, 54,3 mil na indústria e 22,7 mil na construção civil. No setor agrícola, o que mais pesou foi a dispensa de trabalhadores do cultivo da cana de açúcar (-25,9 mil), da uva (-4,5 mil) e do café (-3,4 mil). Na indústria, nove dos 12 segmentos que compõem a pesquisa fecharam vagas, sendo que a produção de alimentos foi a que mais sofreu, com redução de 21,6 mil postos.

O quadro só não foi pior porque foi balanceado pelas 107,9 mil contratações no comércio. O segmento varejista, sozinho, gerou 99,9 mil vagas. No total, o setor de serviços, que inlcui o varejo, contribuiu para manter o saldo do mercado positivo, com a incorporação de quase 54 mil trabalhadores.

Previsível
Embora o país some 2,3 milhões de novas vagas no ano, 6,46% mais do que o acumulado entre janeiro e novembro de 2010, analistas afirmaram que o número não deve ser comemorado. “A desacelaração do emprego, em novembro, não chega a ser grave, mas também não foi surpresa. Porém, o governo terá que fazer muito mais para retomar a confiança dos empresários diante do avanço da inflação e da queda na produção industrial”, assinalou César Bergo, economista da Planner Corretora. Para ele, o nível de emprego se manterá pouco dinâmico até o primeiro trimestre de 2012. “Daí em diante, dependerá exclusivamente da retomada das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”, complementou.

Para Roque Pellizzaro Junior, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), nem o aumento do salário mínimo para R$ 622,49, que deve injetar R$ 94 bilhões na economia, nem as obras da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 vão dar grande fôlego ao mercado de trabalho. Segundo ele, além dos impactos da crise internacional e das medidas de contenção de crédito, adotadas pelo governo no início do ano — que, embora estejam sendo desmontadas, ainda inibem o consumo —, o emprego deve se estabilizar a partir de 2012. “Não devemos ter um aumento expressivo como nos 24 meses anteriores. Os grandes níveis de crescimento vieram dos setores de comércio e de serviços, que passam por estabilidade nas vendas. Além disso há uma dificuldade de contratação de temporários, devido à escassez de mão de obra”, destacou.

Calotes sobem para 21,2%

A inadimplência das famílias brasileiras aumentou de 20% para 21,2% em dezembro, após recuar por três meses seguidos, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). O volume de brasileiros endividados com cheque pré-datado, cartão de crédito, carnês de loja, empréstimo pessoal e prestações de carro, no entanto, recuou de 59% para 58,6% no período — a sétima queda consecutiva. “Apesar da alta pontual de famílias com contas em atraso, a percepção quanto à capacidade de pagamento alcançou o melhor nível do ano. Acreditamos que as perspectivas para a inadimplência são favoráveis”, afirmou a economista Marianne Hanson, da CNC. A média de famílias endividadas em 2011 foi de 62,2%, ante 59,1% no ano 2010.

Correio Braziliense

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