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Crise e alta do dólar reduzem gasto de turista no exterior

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Os gastos realizados pelos turistas brasileiros em viagem ao exterior recuaram no mês de novembro, em relação ao período anterior, e totalizaram US$ 1,564 bilhão, equivalente a R$ 2,910 bilhões, segundo informações divulgadas nesta terça-feira pelo Banco Central. Em outubro, o resultado havia ficado em US$ 1,720 bilhão.

O recuo foi provocado em parte, pela alta na cotação da moeda americana no período e o receio de que a crise financeira afete de maneira mais expressiva a economia local e a evolução da renda dos brasileiros. O dólar fechou novembro em alta de 6,8%, revertendo em parte a forte queda de 9,51% verificada um mês antes.

Mesmo com o recuo, o resultado é o maior para um mês de novembro, desde o início da série histórica em 1947. Em igual período em 2010, o desempenho ficou em US$1,515 bilhão.

Motivado pela desvalorização do dólar, até meados agosto, os gastos dos brasileiros no exterior registraram recordes consecutivos neste ano. A maior marca para um período de 30 dias havia sido registrado em julho deste ano, quando o gasto total dos turistas no exterior alcançou US$ 2,196 bilhões. Em abril, os gastos de brasileiros fora do País haviam sido de US$1,943 bilhão, a segunda maior marca da história em um único mês.

Com a moeda americana em baixa e o real valorizado, os produtos importados ficaram mais atrativos para os turistas em viagens ao exterior, afetando o desempenho e a competitividade da indústria nacional.

A desvalorização do dólar foi provocada pela crise internacional e o aumento na percepção de risco pelos investidores em todo o mundo, no fim do primeiro semestre, com a possibilidade de um calote dos Estados Unidos em sua dívida pública. Esse risco só foi minimizado em julho, após um acordo entre os parlamentares americanos para elevar o teto de endividamento do país.

De olho com os crescentes gastos dos brasileiros no exterior e a alta do real, o governo tomou uma série de medidas para frear o consumo de turistas fora do Brasil. No início do ano, o ministério da Fazenda elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre gastos com cartão de crédito fora do País de 2,38% para 6,38% e também aumentou o mesmo tributo sobre as captações de recursos no exterior de 2% para 6%.

Mesmo com as medidas da área econômica do governo, os gastos no exterior continuaram crescendo refletindo o bom momento econômico brasileiro e a elevação da renda da população. Mas esse movimento começou a perder força após a piora no cenário internacional.

Investimento estrangeiro direto

De acordo com os dados do Banco Central, a conta financeira registrou ingresso no País de US$ 103,794 bilhões até novembro, volume 12,38% maior que os US$ 92,353 bilhões um ano antes. No mês passado, houve entrada de US$ 7,476 bilhões.

Um dos destaques para o período foi a entrada de US$ 3,373 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED). No ano, de janeiro a novembro, ingressaram no País US$ 49,253 bilhões em IED. Esse desempenho é 84,10% maior frente ao mesmo período do ano passado, quando, segundo o BC, o IED totalizou US$ 26,753 bilhões.

Balanço de pagamentos

No ano, até novembro, o balanço de pagamentos, que engloba todas as transações do Brasil com o exterior, registra superávit de US$ 58,112 bilhões, um crescimento de 25,51% em relação a igual período de 2010 (US$ 46,300 bilhões). Em novembro, o saldo está positivo em US$ 1,150 bilhão.

Já as transações correntes – que levam em conta os resultados de balança comercial, serviços e rendas – acumulam déficit de US$ 45,830 bilhões, ou 2,03% do Produto Interno Bruto (PIB). O saldo negativo foi 4,5% maior na compração com o resultado registrado em igual período de 2010 (US$ 43,865 bilhões).

Em novembro, as transações correntes ficaram deficitárias em US$ 6,803 bilhões. No acumulado em 12 meses, o déficit é de US$ 47,365 bilhões, o equivalente a 2,21% do PIB, informou o Banco Central.

A balança comercial acumula superávit de US$ 25,972 bilhões no ano, até novembro, com alta de 74,75% em comparação com igual período de 2010 (US$14,862 bilhões). Em novembro, o saldo positivo foi de US$ 583 milhões.

A conta de serviços, na qual estão incluídos os gastos de brasileiros no exterior, registrou um déficit de US$ 34,025 bilhões no ano, até novembro, aumento de 22% em comparação com igual período de 2010 (US$ 27,872 bilhões). Em novembro, o saldo ficou negativo em US$ 2,831bilhões, 2% maior que o déficit de US$ 2,773 bilhões verificado no mesmo mês em 2010.

Reservas e dívida externa

As reservas internacionais atingiram US$ 352,1 bilhões em novembro de 2011, com retração de US$ 856 milhões em relação ao montante do mês anterior. Não houve operações de compra ou venda por parte da autoridade monetária no mercado doméstico de câmbio no período.

O incremento do estoque das reservas internacionais deveu-se a desembolsos de US$500 milhões concedido pelo Banco Mundial a municípios brasileiros e à receita de remuneração das reservas, que totalizou US$373 milhões. As demais operações externas, relacionadas principalmente a variações de preços e de paridades, exerceram efeito de redução sobre o estoque, de US$1,7 bilhão.

A posição estimada da dívida externa total em novembro totalizou US$ 301,5 bilhões, elevando-se US$ 3,2 bilhões em relação ao montante apurado para ouutubr. A dívida de longo prazo atingiu US$256,2 bilhões, aumento de US$3,9 bilhões, enquanto a dívida de curto prazo diminuiu US$650 milhões, para US$ 45,3 bilhões.

IG

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