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Chevrolet Cruze chega para tentar consolar órfãos do Vectra

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Desde que a General Motors do Brasil "aposentou" o Chevrolet Vectra, os consumidores da marca ficaram sem a opção de um sedã médio que concorresse em pé de igualdade com Toyota Corolla, Honda Civic ou Volkswagen Jetta. Pois a espera pelo novo carro acabou. A montadora acaba de lançar no país o Cruze (R$ 67,9 mil a R$ 78,9 mil), um modelo global que chega aos consumidores brasileiros cerca de dois anos depois de ser apresentado na Europa e nos Estados Unidos.

A notícia merece ser comemorada, mas com moderação. O Vectra – que, na verdade, era o Astra sedã europeu, mas com outro nome – já pedia aposentadoria há muito tempo. Essa demora fez com que a GM perdesse espaço no segmento e também foi responsável pelo certo anticlímax da apresentação do Cruze. O sedã já era bem conhecido fora do país e, daqui a não muito tempo, precisará de um facelift para revigorar a imagem, especialmente diante da chegada de concorrentes ousados como Hyundai Elantra.

O R7 dirigiu o Chevrolet Cruze nas ruas da Alemanha, mais especificamente entre as cidades de Düsseldorf e Mainz. Também andamos com o carro na pista de testes da ADAC (espécie de Automóvel Clube da Alemanha), onde a General Motors quis mostrar que, mais do que a chegada do sucessor do Vectra, o Cruze poderia marcar o debute de um produto inovador no portfólio da marca para o Brasil.

Infelizmente, os modelos testados não são exatamente iguais aos brasileiros. O motor 1.8 da Alemanha funciona só com gasolina (será flex no Brasil), o que significa que o câmbio automático de seis marchas com trocas seqüenciais também tem calibração diferente. A suspensão daqui é mais firme, reflexo da excelente (e bota excelente nisso) pavimentação alemã. Por fim, pequenos detalhes de acabamento diferenciam o modelo europeu. Fato é que, entre estradas vicinais e Autobahns – rodovias onde, viva!, não há limite de velocidade –, o novo sedã médio da Chevrolet teve a primeira chance de mostrar a que veio.

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Acabamento em couro deixa a cabine requintada, pena que a Chevrolet optou pelo plástico duro no painel

Bolsos e gostos

A Chevrolet soube posicionar seu novo produto de maneira inteligente. Apesar de oferecer o carro com câmbio manual (R$ 67,9 mil) – o que atrai a pequena parcela do público que ainda faz questão de cambiar –, a marca sabe que a maioria dos consumidores de sedãs médios já opta pela transmissão automática, que custa apenas R$ 2.000 a mais, elevando o preço do Cruze LT para R$ 69,9 mil (ou R$ 71,9 mil com acabamento interno em couro). No topo da cadeia está o modelo LTZ, também automático, que custa R$ 78,9 mil e ganha uma extensa lista de equipamentos que inclui central multimídia com navegador GPS, air bags de cortina, sensor de estacionamento e sistema de partida por botão start/stop, entre outros.

Por dentro, é claro o esforço da marca para dar um ar moderno ao Cruze. As linhas do painel são ousadas e, não coincidentemente, chegam a lembrar o "estilo da Coreia do Sul", onde o carro foi desenhado. Há bastante espaço para as pernas e o acabamento em couro deixa a cabine mais requintada. É uma pena que a Chevrolet tenha optado pelo plástico duro acima dos instrumentos, mesmo local da única falha grave de acabamento: uma rebarba feia na junção das duas peças que formam a cobertura. Em dimensões, são 2,68 m de entre-eixos, 4,6 m de comprimento, 1,79 m de largura, 2,09 m de largura e 1,47 m de altura. O porta-malas tem 450 litros de capacidade.

Por fora, o desenho do Cruze agrada, mas, ironicamente, já entrega a idade. O Brasil é, segundo a General Motors, o 71º país a receber o sedã médio, o que demonstra que, mesmo sendo o segundo mercado mais importante da montadora no mundo, ainda não merecemos um pouco mais de atenção no que diz respeito à chegada de novos produtos. As linhas conservadoras, no entanto, parecem ter seu público, como explica o diretor de marketing da montadora, Gustavo Colossi.

– Em pesquisas, identificamos um público mais conservador para o Cruze. O mesmo público que compra Toyota Corolla ou Honda Civic, por exemplo.

De série, o Chevrolet Cruze traz quatro air bags (seis na versão LTZ), freios ABS com distribuição eletrônica de força e frenagem de pânico (PBA) – que mantém a pressão do sistema quando percebe uma emergência) – e controles de tração e estabilidade. A segurança é apresentada pela GM como um dos destaques do carro, que ganhou cinco estrelas nos rigorosos testes da Euro NCAP. Outras boas notícias entre os itens de série são a central multimídia, o ar-condicionado eletrônico que controla a qualidade do ar externo para bloquear a entrada de poluição e os retrovisores elétricos com desembaçador.

O novo motor Ecotec6 16V 1.8 de 144 cv (etanol) tem comando variável tanto das válvulas de entrada quanto de saída, o que, segundo a GM, melhora o torque em baixas rotações, traz mais economia e ajuda a reduzir as emissões de poluentes. Na estrada e nas ruas alemãs, ele mostrou desempenho compatível com o segmento, mas foi prejudicado pela transmissão automática de seis marchas, lenta, áspera e extremamente barulhenta em altas rotações – constantemente exigidas por causa do escalonamento pouco linear. Segundo a Chevrolet, o sistema brasileiro terá calibração diferente. O zero a 100 km/h é feito em 11s4. Nada empolgante, apesar de todas as liberdades oferecidas por uma Autobahn.

Nas ruas e estradas, o Cruze mostrou acerto mais voltado para o conforto e menos para a esportividade, embora seja difícil avaliar como o carro se sairá quando encarar a buraqueira brasileira. O sistema de suspensão passa segurança e os controles de tração e estabilidade fazem a diferença em situações de emergência (obstáculos e piso molhado) como as que foram simuladas na pista de testes.

A verdadeira prova de fogo, entretanto, vem com o início das vendas nesta segunda-feira (12), já que o sedã terá que encarar a concorrência feroz de um dos segmentos mais competitivos do Brasil, já carregando dois anos de bagagem nas costas. Conservador por fora, moderno por dentro e com boa oferta de equipamentos, o Cruze parece estar na média em uma classe que tem representantes mais brilhantes, como Renault Fluence, e novatos carregados de expectativas, como o Hyundai Elantra. Mas chega amparado pela força da marca Chevrolet no Brasil, que produziu sedãs ícones como Opala, Ômega e o próprio Vectra. A briga promete ser boa.

 

R7

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