Bovespa desaba 4,18% e dólar marca R$ 1,75 após taxação de capital

A taxação de capital estrangeiro serve de "senha" para uma acentuada realização de lucros (venda de ações muito valorizadas), um movimento de mercado esperado há meses por investidores e analistas. Até ontem, o índice Ibovespa, principal parâmetro desses preços, acumulava ganho de 79%. Também colabora para a forte queda desta terça-feira o cenário desfavorável nos EUA, onde as principais Bolsas caem após balanços frustrantes de grandes empresas e indicadores ruins sobre a economia local. A taxa de câmbio doméstica reflete o nervosismo do dia e atinge R$ 1,75.

O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, retrai 4,18%, aos 64.427 pontos. O giro financeiro é de R$ 3,8 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York cai 0,29%.

Entre as mais de 60 ações que compõem esse índice, nenhuma é negociada com ganhos. No topo das perdas, a ação da BM&F-Bovespa derrete 11,80%; a ação da Vivo cede 5,25%; a ação do Banco do Brasil retrai 4,36%.

O dólar comercial é negociado por R$ 1,757, em um acréscimo de 2,56% sobre a cotação final de ontem. A taxa de risco-país marca 220 pontos, número 0,45% acima da pontuação anterior.

Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Trabalho dos EUA informou uma deflação de 0,6% em setembro, pela leitura do PPI (Índice de Preços ao Produtor, para preços no atacado). A maioria do mercado esperava variação nula para esse indicador.

Ainda nos EUA, o governo revelou que a emissão de licenças para construção de casas, um importante indicador do mercado imobiliário, apontou um desempenho frustrante para setembro: um recuo de 1,2% neste mês. Trata-se do pior declínio neste ano, depois do mês de abril (retração de 2,5%). A construção de casas cresceu 0,5% no mês passado.

Uma das líderes mundiais no setor de bebidas, a Coca-Cola reportou lucro de US$ 1,90 bilhão no terceiro trimestre, ante US$ 1,89 bilhão no mesmo período de 2008. O resultado não surpreendeu analistas do setor financeiro.

Já ‘[o Bank of New York Mellon]":http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u640542.shtml reportou prejuízo líquido de US$ 2,5 bilhões no terceiro trimestre, contra lucro de US$ 303 milhões um ano antes.

Ontem à noite, a gigante do setor de tecnologia Apple anunciou um lucro líquido de US$ 1,67 bilhão, ou US$ 1,82 por ação, no quarto trimestre do exercício fiscal de 2009, fechado em 26 de setembro. No mesmo período de 2008, a empresa teve um lucro de US$ 1,14 bilhão, ou US$ 1,26 por ação. analistas do mercado esperavam ganho de US$ 1,42 por ação.

No front doméstico, a FGV (Fundação Getulio Vargas) registrou inflação de 0,04% em setembro, pela leitura do IGP-M, ainda em sua segunda estimativa. Mercado esperava variação em torno de 0,10%.

O mercado ainda opera sob expectativa pela reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que anuncia amanhã a nova taxa básica de juros do país (referência para o custo dos empréstimos no setor bancário). Economistas de bancos e corretoras esperam que o juro primário seja mantido em 8,75% ao ano.

Folha