Vargas Llosa vence o Nobel de Literatura

O escritor peruano Mario Vargas Llosa foi anunciado nesta quinta-feira (7) como vencedor do prêmio Nobel de Literatura, concedido pela Academia Sueca, por sua “cartografia das estruturas de poder e suas incisivas imagens da resistência, revolta e derrota do indivíduo”.

Nascido em Arequipa, no Peru, Vargas Llosa é considerado um dos maiores nomes da literatura em língua espanhola e já conquistou outros prêmio importantes como o Prêmio Cervantes e o Príncipe de Astúrias. Vargas Llosa é famoso por obras como A cidade e os cachorros (1963), A Casa Verde (1966), Tia Júlia e o Escrevinhador (1977) e Conversa na Catedral (1969), história publicada em quatro volumes que conta a história de uma vida sob a ditadura de Manuel Odría, um general do Exército que governou o Peru entre 1948 a 1956.

Seu último livro, Travessuras da Menina Má, publicado em 2006 e ambientado na segunda metade do século XX, fala sobre a história de amor entre o peruano Ricardo Somocurcio e a “Menina Má”, uma garota que conheceu Lima.

Em 2003, após lançar O Paraíso na Outra Esquina, o escritor peruano concedeu entrevista a ÉPOCA na qual afirmou concordar com Balzac sobre a definição do que é romance. “Balzac define romance como ‘a história privada das nações’. Vejo romances como fragmentos da História que os historiadores não notam. Os romances eternizam a dimensão íntima do ser humano”, disse.

Além da literatura, Vargas Llosa se envolveu com a política. Em 1990, adotando uma plataforma neoliberal, comum na América Latina nos anos que sucederam o fim da Guerra Fria, ele disputou a presidência do Peru, mas acabou derrotado por Alberto Fujimori, que permaneceu no poder até 2000, quando renunciou em meio a denúncias de corrupção e violação de direitos humanos, que renderam a ele uma condenação a 25 anos de prisão em 2009.
 

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