Claudio e Helena, o casal mais popular do cinema nacional, quase não foi interpretado pelos atores Tony Ramos e Gloria Pires na comédia recordista de bilheteria “Se eu fosse você” (2006). No projeto inicial, os papéis haviam sido pensados para Márcio Garcia e Cláudia Abreu, e a direção ficaria a cargo de Jorge Fernando e não de Daniel Filho.
Tais bastidores do longa – visto por quase 10 milhões de espectadores, se contarmos com a sequência lançada este ano – foram revelados pela produtora Iafa Britz, da Total Entertainment, durante o seminário “O desafio de fazer sucessos no Brasil”, promovido pelo Festival do Rio no último sábado (26).
“A Cacau [apelido de Claudia Abreu] desistiu e nos ligou três dias antes do início das filmagens para dizer que não se sentia a vontade com o papel. Tivemos que readequar toda a produção, foi um trabalhão”, relembrou Iafa. “‘Se eu fosse você’, que começou como um grande prejuízo, mas se tornou uma franquia gigante. Até hoje a gente agradece à Cacau pelo que aconteceu”, diz a produtora.
E é com Tony e Gloria novamente nos papéis principais, que “Se eu fosse você” terá uma terceira parte, adiantou Iafa. A história do casal que passa por uma experiência fantástica de troca de corpos voltará aos cinemas em 2011. “Começamos a trabalhar no roteiro, estamos atrás de recursos. Sabemos que existe uma pressão do mercado para que seja mais um grande sucesso”.
Vida de sertanejo dá filme
Além de “Seu eu fosse você”, outro campeão de bilheteria foi tema do seminário: “Dois filhos de Francisco – a história de Zezé di Camargo e Luciano” (2005), de Breno Silveira.
“O Zezé veio me dizer que a história da vida dele dava um filme. Não dei muita importância, porque todo artista fala a mesma coisa”, contou Paula Lavigne, produtora associada do longa. “Dei o caminho das pedras para ele. Aconselhei a procurar sua gravadora para dar o pontapé inicial e depois correríamos atrás de captação de recursos, produção…”.
Leo Monteiro de Barros, sócio da Conspiração Filmes, revelou que os cineastas da produtora torceram o nariz para o projeto. “Houve uma certa resistência dos diretores lá dentro, afinal era a história de um cantor sertanejo, que vinha carregada de estigmas. Até que o Breno abraçou a ideia e virou um roteiro maravilhoso”.
G1
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