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Passado de São Paulo vem à tona em exposição arqueológica

SÃO PAULO – Na obra de um conjunto habitacional, começam a aparecer na terra vestígios de tigelas, vasilhas e ferramentas pré-históricas. A escavação dá, então, origem a uma pesquisa arqueológica e o passado da cidade, enterrado por séculos, volta à superfície. Foi uma experiência parecida com essa, no bairro Morumbi, que deu origem à exposição “Arqueologia na cidade de São Paulo”, a ser inaugurada neste sábado (31), na Casa Verde. Uma das únicas do gênero, ela serve como marco zero de um novo espaço educacional, gratuito, na capital paulista.

SÃO PAULO – Na obra de um conjunto habitacional, começam a aparecer na terra vestígios de tigelas, vasilhas e ferramentas pré-históricas. A escavação dá, então, origem a uma pesquisa arqueológica e o passado da cidade, enterrado por séculos, volta à superfície. Foi uma experiência parecida com essa, no bairro Morumbi, que deu origem à exposição “Arqueologia na cidade de São Paulo”, a ser inaugurada neste sábado (31), na Casa Verde. Uma das únicas do gênero, ela serve como marco zero de um novo espaço educacional, gratuito, na capital paulista.
 

A mostra reúne uma pequena amostra de mais de 30 anos de trabalho do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) da prefeitura, derivado do órgão criado há sete décadas por Mario de Andrade. O acervo vem de escavações em locais públicos e construções em locais diversos. A movimentação do solo nessas ocasiões quase que invariavelmente revela o que ninguém imaginava que existisse, mesmo em uma cidade tão urbanizada quanto São Paulo. Até porque, apesar de seus 455 anos recém completos, a capital, em termos históricos, é apenas um bebê.
 

“As cidades crescem verticalmente, por isso outras, mais antigas, vão ficando embaixo, escondidas”, explica Lúcia Cardoso Oliveira Juliani, responsável pelo futuro Centro de Arqueologia de São Paulo. Obras do Rodoanel, metrô e mesmo da Comgás têm servido para trazer à tona aspectos desconhecidos do passado paulistano, gerando, segundo a arqueóloga, “conhecimento da pré-cidade”.

O material exposto no recém reformulado Sítio Morrinhos, no Jardim São Bento, abrange três grandes fases históricas. A primeira delas é a pré-história, a exemplo do material recolhido no Morumbi – uma oficina lítica, na qual nossos antepassados, há milhares de anos, usavam como fonte para recolher rochas e produzir ferramentas.

A etapa intermediária é a dos índios ceramistas, em especial os tupis. Há vestígios de trabalhos em barro desde o século 8 até o período da chegada dos colonos portugueses. Um dos destaques é uma urna funerária encontrada no final do século 19 no cemitério do Brás. O curioso é que, segundo a arqueóloga, a peça, bem conservada, foi descoberta por um coveiro que cavava um buraco para um túmulo.
 

Por fim, há um grande acervo do período histórico recente, da era colonial. Na opinião de Juliani, os fragmentos não são meras peças arqueológicas, mas representam a história de um lugar, uma espécie de instantâneo do cotidiano da vida colonial.

Nesse sentido, brilha o próprio local da exposição. O Sítio Morrinhos é uma das cerca de dez casas bandeiristas de São Paulo, que, como o próprio nome diz, serviam de residência para os bandeirantes há aproximadamente 500 anos. As propriedades, feitas de taipa, foram incorporadas ao patrimônio da prefeitura para garantir sua preservação e desde então são reconhecidas como casas-museu. Por isso, a visita em si já garante o aprendizado dos interessados, que contarão com o auxílio de monitores para compreender melhor a história da região.
 

 

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