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Opinião: A morte é certa e diária; os ícones também morrem!

Se foi do nosso meio no dia de hoje (22), aos 82 anos de idade, o cantor e um dos ícones da MPB dos anos 70, Paulo Diniz. Nascido em Pesqueira, Pernambuco, de uma família humilde, ele invadiu o Brasil com sua música e um linguajar inteligente. Autor de várias canções célebres como: “Quero voltar pra Bahia” e “Pingos de amor”.

Diniz musicalizou poemas de língua portuguesa de autores como: Carlos Drummond de Andrade (E agora José?), Augusto dos Anjos, Gregório de Matos, Manoel Bandeira, etc. Foi locutor de Rádio e televisão no grupo Jornal do Comércio de Recife e em várias outras redes de comunicação, como foi o caso de Fortaleza e rádios do sul do país.

A música “Quero voltar pra Bahia” foi feita em homenagem a Caetano Veloso, quando se encontrava no exílio por questões de ordem política em Londres. Diniz morreu na cidade do Recife, porém, a família ainda não deu a conhecer a causa de seu falecimento.

Espero que o mesmo ao haver escutado o batido na porta e ao abri-la, no confronto com a morte, possa ter tido a mesma ação do poeta evangélico, Gióia Júnior (1931-1996), que num de seus poemas diz: “Vem doce morte”.

“VEM DOCE MORTE !
Autor Gióia Júnior.
Vem, doce morte, eu sei que não és o mistério
do sem fim, o pavor do escuro cemitério,
não és o vulto mau, a sombra horrenda e esguia
do cutelo fatal e da mão muito fria
cujo afago cruel, implacável, glacial,
causa toda a aflição do momento final…
Pintam-te assim: voraz, a bailar pela estepe
da existência, andrajosa e vestida de crepe,
megera desumana afogada em vinganças,
arrebatando mães e roubando crianças…
E como és diferente!
És um sussurro manso,
um cântico de paz, um hino de descanso.
Vens brilhando, vens clara e majestosa, toda
adornada de luz como a manhã da Boda.
És o encontro, o momento eterno e majestoso
em que a noiva, feliz se aproxima do esposo…
És o dia esperado em que, os filhos da Luz
podem ver, afinal, o rosto de Jesus,
o dia em que Jesus conduz os filhos seus
para a Vida Eternal na Cidade de Deus,
onde não há mais pranto, onde não há mais dor,
onde existe somente a glória do Senhor!
És um caminho bom – o melhor dos caminhos –
macio, leve, azul, sem pedras ou espinhos.
Leva-me pela mão, ó delicada irmã,
ao Jardim multicor da Nova Canaã.
Irei como um menino, alegre, num transporte…
minh’alma te deseja e diz:
“Vem, doce morte.”

 

Elcio Nunes
@elciojnunes


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