O pensamento libertário parte da seguinte premissa: em crítica à noção de Aristóteles de que o ser humano é um “animal político”, os libertários entendem que o homem é livre por natureza e realiza um contrato social por sua vontade visando sua autoproteção.
Para o libertário, a liberdade individual funda a sociedade por meio de um contrato e o ser humano decide – dentro de regras gerais – os limites de sua ação.
O erro principal desse pensamento é abstrair a liberdade individual de valores objetivos, de vínculos sociais e de circunstâncias concretas históricas.
A liberdade não pode ser pensada à revelia de tradições, instituições históricas e valores morais que precedem o próprio indivíduo. Ora, o que quer dizer “livre mercado” abstraído de valores, vínculos e circunstâncias?
Para o cristão, a liberdade humana nunca pode ser pensada fora das normas, dos valores e das instituições divinas. Deus chama uma liberdade contrária a suas normas de “escravidão”. Ninguém pode ser livre por si e para si.
Para um libertário, ser livre pode significar: abandonar família, afrouxar o casamento, consumir produtos prejudiciais à saúde, abortar, etc. Como a liberdade pode ser pensada assim?
Portanto, o libertarianismo erra ao enfatizar a liberdade à parte de vínculos sociais, comunitários e morais. O erro central do libertarianismo é ter se entorpecido com o discurso de liberdade individual descolado de valores.
Anderson Paz