Novo Karatê kid coloca kung fu na mesma e divertida história

O G1 já viu: Novo ‘Karatê kid’ coloca kung fu na mesma e divertida história

O remake de “Karatê kid”, que estreia dia 27 de agosto, repete os principais pilares do original, com algumas poucas modificações. Saem o caratê, que ficou apenas no título, o senhor Miyagi (imortalizado por Pat Morita) e as referências ao Japão, em voga na década de 1980, e entram o kung fu, o senhor Han (na pele de um Jackie Chan sensível) e toda a história é transportada para a China, desde esta terça-feira (16), a segunda maior economia do mundo.

O protagonista do primeiro, Daniel Larusso (Ralph Macchio), um adolescente típico da high school americana, ficou mais novo com Dre Parker, interpretado por Jaden Smith, até antes deste filme conhecido apenas como “o filho de Will Smith”. O que, no embate entre dar credibilidade ao filme ou tornar a história mais inverossímil, fica no empate.

Mas todos os obstáculos enfrentados por Daniel “San” são os mesmos de “Xiao” Dre. Um menino criado apenas pela mãe se muda para um lugar desconhecido e, nessa nova casa, encontra um bando de fortões lutadores que implica com ele, dando-lhe constantes surras, até que descobre um professor no personagem mais improvável.

Na versão mais recente de “Karatê kid”, senhor Han é um sábio e misterioso zelador que esconde um sofrido segredo, além de ser um mestre no kung fu. Dre, por sua vez, terá que enfrentar os fortões num torneio, no fim do filme, para evitar novas brigas. Nas horas vagas entre as ameaças, os treinamentos, a escola e a mãe superprotetora que tenta a todo custo fazer com que ele goste do novo lar, Dre ainda tem tempo de se apaixonar por uma chinesinha, que é muito exigida nas mãos do pai autoritário.

O novo filme chega a repetir até as ótimas sacadas do primeiro filme, como na didática para ensinar artes marciais, com uma cansativa repetição de tirar e colocar o casaco, além de fazer piadas referenciais, quando brinca com a famosa sequência em que senhor Miyagi, do primeiro filme, tenta pegar moscas com os hashis (nome japonês dos palitinhos).

Mas, se é tão igual ao primeiro filme, por que, então ver esse novo longa-metragem – e bota longo nisso: são mais de duas horas? Simplesmente porque, mesmo para quem viu o filme original, o novo “Karatê kid” é uma delícia. Acompanhar a transformação do garoto deslumbrado num menino focado e disciplinado, ou uma síntese das culturas ocidental-americana e oriental-chinesa, continua sendo muito divertido.

Fora isso, sem maquiar demais as locações do filme – Pequim e arredores, inclusive na Praça da Paz Celestial, na Cidade Proibida e na Grande Muralha – dá vontade de conhecer mais o país, que apesar de estar muito em evidência, permanece exótico para o ocidental médio.

Portanto, se o filme recente é divertido o suficiente para convencer o veterano de “Karatê kid”, imagina para o novato? Este vai sair da sala de cinema direto para uma academia de kung fu. A China agradece.

G1