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Livro retrata personagens do “Big Brother” da moda nacional

“Parece até um ‘Big Brother’: um bando de gente convivendo junto, quase em confinamento, fofocando e tentando levar vantagem entre um desfile e outro”. A definição nada convencional sobre a alta temporada de moda brasileira é da jornalista Nina Lemos. Em mais de dez anos fazendo reportagens sobre o mundinho fashion para publicações prestigiadas, ela acumulou histórias de glamour – e outras nem tanto – que dariam um romance.  

“Parece até um ‘Big Brother’: um bando de gente convivendo junto, quase em confinamento, fofocando e tentando levar vantagem entre um desfile e outro”. A definição nada convencional sobre a alta temporada de moda brasileira é da jornalista Nina Lemos. Em mais de dez anos fazendo reportagens sobre o mundinho fashion para publicações prestigiadas, ela acumulou histórias de glamour – e outras nem tanto – que dariam um romance.

 

No caso, seu livro de estreia, “A ditadura da moda” (Ed. Conrad), com lançamento marcado para a próxima quinta-feira (12).

 

Em tom bem-humorado, o livro traz bastidores da cena fashion nacional e critica a turma que trata a moda como se fosse uma ideologia. “Tem gente que leva tão a sério essa coisa do ‘tem-que-ter’ das tendências que dá até pena. São pessoas que medem o valor do outro pela bolsa Chanel e pelo sapato Prada que está usando”, opina a autora.

 

Apesar de levar o leitor para um passeio pelos corredores da São Paulo Fashion Week – ponto de partida da história – Nina não dá nome aos bois, ou melhor, aos “fashionistas” em questão. Personagem real mesmo só o do estilista Alexandre Herchcovitch. “Ele é o maior emblema da nossa moda. Incluí-lo no livro foi uma mistura de homenagem com informação jornalística”, explica.

 

Mas alguns fatos que não são mera coincidência estão lá. O mais bizarro deles foi o episódio em que Nina quase foi agredida por um famoso galã de meia-idade que queria sentar em seu lugar na primeira fila de um desfile com Gisele Bündchen.

 

“Hoje dou risada da situação, mas naquele momento foi pavoroso! O cara cismou que eu tinha roubado o lugar dele e ficou gritando, ameaçando. Algo na linha ‘você sabe com quem está falando?'”.

 

Das páginas irônicas de “A dituadura da moda” também não escapou o “manifesto anti-consumo” promovido por uma grife durante uma semana de moda recente. Na tal manifestação só entrava quem tinha convite.

 

Foi o primeiro manifesto VIP que eu vi na vida!”, debocha Nina. “A ideia de qualquer movimento político-social é agregar pessoas e o que eles faziam eram justamente o contrário”.

 

 

Moda x política

A menção à política não é gratuita. A protagonista de “A ditadura da moda” é Ludimila Correa, uma fashionista ditadora de tendências, filha de pai guerrilheiro assassinado durante a ditadura. Em plena semana de moda, a moça se vê em um conflito ideológico entre os valores familiares e a badalação do mundinho fashion.

 

Assim como a personagem, Nina também cresceu em um ambiente politizado e já se questionou sobre os “hypes” infundados nascidos naquele ambiente consumista. “Há vida inteligente no meio de moda, acredite. Trabalhei com pessoas muito talentosas e anárquicas, que também já se perguntaram o porquê de tudo isso”, diz a escritora, que passou a infância ouvindo o pai jornalista e a mãe geóloga falando sobre a repressão.

 

Mas a crítica do livro, garante Nina, é ao comportamento obcecado por peça de grife, pelo lugar na fila A e ao glamour exagerado que o público credita às semanas de moda. “Essa postura não é exclusiva do fashionista brasileiro. Imagine como deve ser a histeria em torno de um lugar na primeira fila em um desfile da Chanel?”, compara.

 

Nina, no entanto, revela que tem uma relação de amor e ódio com a moda. “Não tenho nada da Prada. Mas adoro algumas marcas nacionais, como Sommer, Herchcovitch, Fabia Bercsek…”, conta. “Tem semanas de moda que fico tão abduzida que, no final da temporada, caminho na rua como uma modelo na passarela e nem percebo”, brinca.

 

G1

 

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