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Funesc anuncia convênio com Fox para exibição de filmes educativos no Bangüê

 

Parceria que vai beneficiar estudantes da rede pública com documentários faz parte da série de iniciativas da fundação para a revitalização do cine-teatro do Espaço Cultural José Lins do Rego

O presidente da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), Maurício Burity, anunciou na tarde desta quarta-feira (28) um convênio com a Fox Latin American Channels para a exibição de documentários e filmes de caráter educativo para, principalmente, estudantes de escolas públicas da Paraíba. A parceria foi fechada às vésperas da retomada da programação de cinema do Bangüê, que acontece nesta quinta-feira (29), com a pré-estreia do filme ‘A Festa da Menina Morta’, de Matheus Nachtergaele, e a exibição, em película, de ‘Tempo de Ira’, de Marcélia Cartaxo e Gisella de Mello.

“Esta parceria com uma das maiores companhias de cinema do mundo faz parte das três diretrizes que estabelecemos para a retomada de projeções do cine-teatro Bangüê: a da formação de público, proporcionando a crianças e adolescentes o prazer de assistir a um bom filme que entretém, informa e educa, na tela grande docinema, além da programação de filmes de arte, valorizando a produção nacional, a partir da Paraíba, e também filmes comerciais”, explicou Maurício Burity.

Nesta primeira etapa, a Fox disponibiliza para o cinema do Espaço Cultural produções da National Geographic sobre o reino animal, documentários sobre a Antártida com o famoso navegador Amyr Klink e a série ‘Across The Amazon’, sobre a fauna e a flora amazônica. Muitos desses filmes são inéditos nas locadoras.

As sessões para os filmes da Fox irão acontecer pela manhã e à tarde, voltadas a estudantes de escola pública, com idades entre 9 e 14 anos. Serão sessões gratuitas que irão acontecer dentro da programação do projeto ‘Criança no Espaço’, coordenado pelo setor de Literatura da Funesc. A previsão é que os filmes comecem a passar entre o final de novembro e o início de dezembro.

Bangüê volta a exibir filmes nesta quinta-feira (29)

Há nove anos sem um cronograma permanente de exibições, o Bangüê – hoje rebatizado como Cine-teatro Bangüê – volta a exibir filmes neste fim de semana com o drama ‘A Festa da Menina Morta’, estreia na direção do ator Matheus Nachtergaele, de ‘O Auto da Compadecida’ (2000) e ‘Baixio das Bestas’ (2007). O longa-metragem terá pré-estreia nesta quinta-feira (29), junto com a exibição do curta paraibano ‘Tempo de Ira’, de Marcélia Cartaxo e Gisella de Mello. O evento, que começa às 19 horas, ainda terá uma exposição de câmeras e equipamentos de cinema antigos e a presença de Matheus Nachtergaele e Marcélia Cartaxo, além de inúmeros convidados.

Cinema de uma importância única para a sétima arte na Paraíba e hoje o mais antigo de João Pessoa, o cine Banguê do Espaço Cultural volta a exibir filmes com a estreia, na Paraíba, do premiado ‘A Festa da Menina Morta’, lançado mundialmente em maio de 2008, dentro da respeitada mostra Un Certain Regard (Um Certo Olhar), do Festival de Cannes.

A trajetória do longa-metragem de Matheus Nachtergaele, até aqui, coleciona uma série de prêmios em festivais no Rio de Janeiro, Chicago, Havana e Los Angeles, além de arrebatar nada menos que seis estatuetas no Festival de Gramado do ano passado – o mais importante do Brasil -, entre eles Melhor Ator (Daniel de Oliveira), Prêmio da Crítica, Prêmio do Júri Popular e Prêmio Especial do Júri.

Festa no interior da Paraíba inspirou o filme

Quando esteve no Sertão da Paraíba, em 1999, filmando ‘O Auto da Compadecida’ com o diretor Guel Arraes, o ator Matheus Nachtergaele foi a uma festa na qual as pessoas adoravam o pedaço de um vestido de uma menina morta, encontrado em um mandacaru. Este foi o ponto de partida para o drama ‘A Festa da Menina Morta’.

“Por algum motivo, a família considerou isso um milagre e passou a louvar esses trapinhos como se fosse uma coisa muito preciosa, como se fosse alguma coisa da menina que tivesse restado”, conta Nachtergaele. “Eu fiquei muito comovido com isso e pensei que daria um filme bonito, comovente, ao mostrar essa capacidade do homem de ter fé”.

O longa de Matheus Nachtergaele narra a história de uma população ribeirinha do alto Amazonas que comemora a Festa da Menina Morta. O evento celebra o milagre realizado por Santinho, que após o suicídio da mãe recebeu em suas mãos, da boca de um cachorro, os trapos do vestido de uma menina desaparecida.

A menina jamais foi encontrada, mas o tecido rasgado e manchado de sangue passa a ser adorado e considerado sagrado. A festa cresceu indiferente à dor do irmão da menina morta, Tadeu. A cada ano as pessoas visitam o local para rezar, pedir e aguardar as “revelações” da menina, que através de Santinho se manifestam no ápice da cerimônia.

No elenco estão Daniel de Oliveira (‘Cazuza’), Jackson Antunes (astro da novela ‘A Favorita’), Dira Paes (‘Baixio das Bestas’) e Cássia Kiss (a juíza de ‘Meu Nome Não é Johnny’).

O filme entra em cartaz já nesta sexta-feira (30), com sessões às sextas, sábados e domingos, às 18h30 e 20h30, com ingressos a R$ 6 (inteira) e R$ 3 (estudante).

Peças raras e câmera de 1914 compõe exposição

Uma exposição de equipamentos antigos usados no cinema estará à mostra no hall do Cine teatro Banguê, nessa quinta e sexta-feira. A mostra é parte da programação de reabertura da programação do cinema. Mais de 30 objetos farão parte da exposição, que está sendo organizada pelo fotógrafo, historiador e membro da Academia Paraibana de Cinema, Arion Farias. “São peças raras que fazem parte da memória do nosso Estado. É importante que as pessoas vejam o resgate dessa parte da história”, comentou.

Os objetos remetem ao passado da produção cinematográfica, a tempos em que ainda não era possível gravar o som. “Vou expor uma câmera francesa usada na época do cinema mudo, da época em que, para gravar, era preciso acionar uma manivela, e para obter o movimento e a velocidade correta da imagem, o cinegrafista da época tinha que cantarolar uma composição de compasso binário para que a gravação fosse feita no tempo certo,” explicou Farias, cujas lembranças fazem dele uma memória de vários fatos s importantes do legado paraibano.

Nessa exposição também estarão equipamentos usados no cinema de 1914 à 1960. São vários modelos de câmeras e aparelhos usados nas edições de imagens, projetores de cinema 8 e 16 milímetros, câmera super 8, entre outras relíquias. Parte das peças que ficarão expostas são do acervo da família do ex-prefeito de João Pessoa, Damásio Franca, e do cineasta Machado Bittencourt.
 

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