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Filmes sobre corações partidos têm novo teste

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“Viajo porque que preciso, volto porque te amo” e “Insolação”, dois filmes nacionais que falam de corações partidos e que tem na linguagem experimental seu ponto forte, marcam presença no Festival do Rio depois de passagem pela última edição do Festival de Veneza, no começo deste mês.

“Insolação”, de Daniela Thomas e Felipe Hirsch, terá sua primeira exibição no país na noite desta segunda-feira (28), fora da competição da mostra carioca. Dirigido por Marcelo Gomes e Karim Aïnouz, “Viajo porque que preciso, volto porque te amo” estreou na última sexta (25) e já desponta como favorito na disputa pelo troféu Redentor.

Gomes (“Cinema, aspirinas e urubus”) e Aïnouz (“O céu de Suely” e “Madame Satã”) conseguiram a façanha de contar uma história de amor sem mostrar em nenhum momento do filme os amantes em cena.

 

Na trama, o geólogo José Renato, que acaba de ser abandonado pela esposa, faz uma longa viagem pelo sertão nordestino para estudar regiões onde acontecerão obras de transposição de um rio. Entre anotações técnicas e desabafos sobre o fim do casamento, é que o espectador entra em contato com o drama pessoal do protagonista – que aparece apenas como narrador, na voz do ator Irhandir Costa.

 

 

Cidadezinhas fantasmas e seus habitantes vivendo quase em isolamento – o motivo da pesquisa de campo do geólogo – são mostrados em formato que lembra colagens de fotografias antigas. São elas que dividem a cena com o processo de superação da desilusão amorosa de José Renato.

Assim como em “O céu de Suely”, “Viajo porque preciso, volto porque te amo” tem como trilha sonora alguns clássicos do considerado cancioneiro brega nacional. As músicas, no caso, jogam a favor e ajudam a explicar a dimensão da dor-de-cotovelo desse protagonista sem rosto. Abre o filme “Sonhos”, de Peninha, e coroa um dos momentos altos “Morango do nordeste”, de Laírton dos Teclados.

A produção foi bastante aplaudida pelo público do Festival do Rio e a crítica já aponta como favorito na competição contra “Bellini e o demônio”, de Marcelo Galvão, “Cabeça a prêmio”, de Marco Ricca, “Histórias de amor duram apenas 90 minutos”, de Paulo Halm”, “Hotel Atlântico”, de Suzana Amaral, “Natimorto”, de Paulo Machline, “O amor segundo B. Schianberg”, de Beto Brant, “Os famosos e os duendes da morte”, de Esmir Filho, “Os inquilinos”, de Sergio Bianchi, e “Sonhos roubados”, de Sandra Werneck.

Sol na cabeça

Se é na linguagem pouco usual que mora o charme de “Viajo porque preciso, volto porque te amo”, o mesmo não acontece em “Insolação”. O excesso de experimentalismo – ainda que testado através de belas imagens – acaba prejudicando o longa da dupla Daniela Thomas e Felipe Hirsch.

 

O cerrado e o concreto de Brasília servem de cenário para um grupo de personagens que vive as sensações do amor – “que é como uma febre, uma insolação”, diz um deles. A descoberta, a busca, a idealização e a perda são mostrados em cenas curtas, sem ordem cronológica aparente, que trazem diálogos por vezes vagos.

O dramas existenciais dos tipos interpretados por Leonardo Medeiros, Simone Spoladore, Maria Luiza Mendonça e Leandra Leal tem como fio condutor a narrativa do ator Paulo José, que quase sempre fala para o espectador, olhando direto para a câmera.

 

 

Tal linguagem lembra bastante o teatro de Hirsch, fundador da Sutil Companhia, que faz sua estreia no cinema. “Sabia que podia aproveitar este primeiro trabalho me apoiando em uma certa irresponsabilidade diante de minha falta de experiência, e isso podia me dar certa liberdade” afirmou Hirsch em entrevista à agência Efe, após a exibição do longa em Veneza.

Exibido dentro mostra italiana na programação “Orizzonti”, direcionada a novas tendências cinematográficas, “Insolação” também está fora de competição no Festival do Rio. A produção será apresentada às 19h15 no Cine Odeon, nesta segunda (28).
 

 

G1

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