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Filmes-cartas gravados no Conde e em JP estreiam nesta sexta na Usina Cultural Energisa

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 Oito filmes-cartas serão lançados nesta sexta-feira (8), às 16h na Usina Cultural da Energisa, em João Pessoa. Os filmes foram produzidos por crianças, adolescentes e adultos do município do Conde, Litoral Sul da Paraíba e João Pessoa. Os filmes tratam de diversos temas ligados aos direitos humanos. Após o lançamento, haverá uma celebração com a participação do Coco de Roda Novo Quilombo. A entrada é gratuita.

Pensamento, inventividade e ação estão na base do Inventar com a Diferença, projeto de formação de professores da rede pública de ensino de todo o Brasil para a realização de trabalhos com audiovisual em sala de aula. Realizado em parceria pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos da Presidência da República e Universidade Federal Fluminense (UFF), a ação visa aproximar crianças e adolescentes do universo temático que cerca o cinema e os direitos humanos.

Na Paraíba a ação do projeto aconteceu em oito escolas públicas de ensino fundamental, médio e EJA (Educação de Jovens e Adultos) de duas cidades, Conde e João Pessoa. Sete escolas estão localizadas no Conde – Escola Marino Eleotério, Escola José Mariz, Escola Antonio Bento, Escola José Albino, Escola Aberlado Alves, Escola Noêmia Alves e Escola Maria Eunice – e uma escola em João Pessoa – Cearte – Centro Estadual de Artes, com a participação de alunos com idades que variam entre 4 e 70 anos.

Posteriormente a produção será enviada para outras escolas participantes do projeto em todo Brasil como uma forma de trocar cartas. As escolas da Paraíba também receberam as cartas produzidas nos outros estados.

Os filmes produzidos pelas escolas do Conde tratam de diversos temas ligados ao município, o que se constitui um grande inventário da cultura do Conde vista pelos seus próprios moradores. Como o coco de roda da comunidade quilombola Gurugi, o pai do mangue da comunidade quilombola Guaxinduba, a colônia de pescadores de Jacumã que ameaça acabar, a luta e resistência do assentamento Rick Charles, a descoberta do cinema pelos alunos do EJA, a vacaria da comunidade Boa Água e rito de passagem dos alunos da escola Noêmia Alves. O filme dos alunos do Cearte é um filme-carta-poema sobre o centro de João Pessoa visto pelo olhar de uma nuvem.

Inventar com a Diferença – O projeto iniciou no mês de janeiro deste ano, em 29 cidades, com a capacitação de cerca de 500 professores de 300 escolas públicas brasileiras dos ensinos médio e fundamental. Guiados por 30 mediadores ao longo de janeiro e fevereiro, os educadores participaram de oficinas de vídeo e tiveram acesso ao material pedagógico impresso – também disponível online. Em sua segunda e atual fase, de março até junho próximo, o projeto entra efetivamente em sala de aula. É o momento dos professores compartilharem o conhecimento apreendido com os alunos, que ganham a oportunidade de enxergarem o cinema não apenas como recurso didático ligado ao conteúdo dos filmes, mas também como experiência inventiva e estética. No total, o projeto abrange cerca de 10 escolas em cada uma das cidades e pretende contemplar aproximadamente 5400 alunos.

O material é em formato de fichário, assim facilita o manuseio e traz exercícios instigantes, como o Minuto Lumière, onde o educando deve produzir um vídeo de até um minuto com câmera fixa no tripé. Isso ensina sobre a possibilidade de produção de conteúdo e de sentidos mesmo com pouco ou em condições precárias. A produção dessas imagens pelos alunos é livre. Trata-se de provocar a percepção de si e do outro, a singularidade do olhar para as diferenças, potencializando a dimensão crítica em relação ao mundo e às imagens que os cercam.

Para o coordenador-geral do projeto e chefe do Departamento de Cinema e Vídeo da UFF, professor Cezar Migliorin, o Inventar traz a possibilidade de recolocar constantemente a pergunta sobre o que são os direitos universais das mulheres e homens do planeta. “E o cinema é forte em denunciar as cenas em que os direitos são perversamente divididos em constantes processos de exclusão, mas é ele também que tem a possibilidade de antecipar as cenas dos direitos de todos, inventando formas de vida que ainda nem sabemos possíveis. Assim, o cinema participa da exigência de igualdade de direitos entre os humanos, ao mesmo tempo em que explicita e se inventa com as potências das diferenças, dos que sentem o mundo de forma singular”, destaca.

Toda a produção realizada será enviada à UFF, coordenadora-geral e criadora do Inventar, que intermediará a troca dos filmes realizados entre as escolas, assim como fará a seleção para exibição no site do projeto e para integrá-los à programação da 9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul deste ano.

A equipe de trabalho
Para promover o projeto nacionalmente, a Coordenação Geral, situada na Universidade Federal Fluminense, em Niterói (RJ), gerencia todas as equipes envolvidas e está em contato direto com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, além de elaborar materiais de apoio.

O Coordenador Regional é o elo entre a coordenação geral e os mediadores e parceiros locais de sua região – suprindo demandas destes profissionais, oferecendo apoio metodológico e logístico, além de supervisionar os trabalhos desta equipe. Para facilitar a logística do Inventar, o país foi dividido em 5 regiões (Regional Sudeste-Sul, Nordeste I, Nordeste II, Norte e Centro-Oeste), sendo um coordenador responsável por cada regional.

Atuando junto às escolas de seu respectivo estado, o Mediador é a principal ligação entre a coordenação do projeto e a ponta, ou seja, os professores e a escola. Cabe a ele ministrar as oficinas para os educadores, além de acompanhar nas escolas os trabalhos prestando auxílio pedagógico e técnico aos professores. Os mediadores possuem papel vital para o projeto, pois é por meio deles que necessidades e demandas outras de professores e alunos são observadas e atendidas. Quinzenalmente eles visitam as escolas selecionadas para acompanhar o trabalho dos professores, disponibilizando equipamentos e toda a infraestrutura necessária para a realização dos exercícios e trabalhos finais.

Com patrocínio da Petrobras e da OEI – Organização dos Estados Íbero-Americanos, o projeto Inventar com a Diferença conta com apoio técnico de ONGs, universidades e institutos federais de todo o país, consolidando o caráter coletivo do projeto, comprometido com as diversas formas de agenciamentos e conhecimentos em rede.

O Cinema na UFF
O Curso de Cinema da UFF foi criado em 1968 por Nelson Pereira dos Santos, quando encontrou em Niterói abrigo para suas ideias de criação de uma escola. Foi na sala de exibição do antigo Cassino Icaraí que o Setor de Arte Cinematográfica foi articulada e dali surgiu o Instituto de Arte e Comunicação Social, congregando a comunicação social (com suas habilitações cinema, publicidade e jornalismo) e também biblioteconomia e documentação.

Desde 1992, Cinema e Vídeo passou a ser um departamento do Instituto, em 2005 o currículo foi totalmente reformulado e em 2007 foi criado o Curso de Cinema e Audiovisual, incorporando a tecnologia digital e expandindo para a pós-graduação. Em 2008, transformou-se oficialmente em curso, seguindo um processo de autonomia. Em 2012 agregou-se a titulação em Licenciatura em Cinema e Audiovisual, despontando como a primeira do Brasil.

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