O carnaval em São Luís do Paraitinga tem tudo para crescer. A afirmação vem dos moradores da pacata cidade de 10 mil habitantes, distante 182 km de São Paulo. Difícil é saber se isso será bom ou ruim. Durante a festa desse ano, pelo menos 26 blocos desfilaram pelas ruas, arrastando atrás dos carros de som milhares de pessoas cantando só marchinhas. O clima era de brincadeira e paz.
A folia começou oficialmente na sexta (20), mas a cidade ficou com cara mesmo de carnaval no sábado (21), quando o Bloco Juca Teles, um dos mais famosos, reuniu cerca de 20 mil foliões. Ali estava o grupo dos ‘homens-melancia’, que colocaram um capacete em forma da fruta na cabeça e se cobriram com uma capa vermelha. Assim como esse grupo, outros tantos se destacaram com fantasias criativas.
Tinha duende, homem vestido de barril, folião anunciando na camisa ser ‘100% virgem’ e até princesa que engana aqueles que chegam para um beijo. No lugar dela, surge um rapaz alto, forte, com peruca e tiara. Todos riem. E assim é o carnaval em Paraitinga. As brigas raras terminam em vaia. Para amenizar o calor, água é jogada nas pessoas enquanto os blocos passam.
Água que deveriam economizar, pois é artigo raro na cidade que não consegue ainda comportar tanta gente – a prefeitura calcula 150 mil visitantes durante todo o feriado. No município, o problema também é de queda de energia pelo mesmo motivo. No entanto, dá-se um jeito. Para que não faltem lugares, lojas viram casas temporárias de turistas e as reservas nas pousadas são feitas no ano anterior.
As ruas ficam sujas, cheiram mal, mas o meio-fio serve de cama para aqueles que não conseguiram chegar em casa. É na calçada também que o pessoal toma o café da manhã, lá para perto de meio-dia. Na terça (24), último dia de festa, o ponto alto foi o desfile do bloco do Barbosa, que arrastou novamente uma multidão. Talvez a mesma que volte no ano que vem com mais alguns acréscimos.
G1