O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado, no Brasil, em 20 de novembro. Foi criado em 2003 como efeméride incluída no calendário escolar — até ser oficialmente instituído em âmbito nacional mediante a lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. Além disso desde o dia 10 de novembro de 2011, o dia 20 de novembro foi instituído como o Dia Nacional de Zumbi.
A data foi escolhida por ter sido neste mesmo dia, no ano de 1695, em que o maior líder quilombola, Zumbi dos Palmares, foi capturado e decapitado. O dia não se trata apenas de uma homenagem ou compensação simbólica por anos de escravidão do povo negro, mas de um momento para refletir sobre a inserção destas pessoas na sociedade, nos direitos que elas ainda estão lutando para conquistar e no racismo, que ainda prejudica esta parcela significativa da população.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira alcançou a marca de 207,7 milhões de pessoas. Segundo o censo 2014, realizado pelo mesmo órgão, 53,6% dos brasileiros declaravam-se negros, o equivalente à aproximadamente 111,3 milhões de pessoas.
“Eu vejo o dia como um marco, a gente não tem o mesmo período de acesso à educação, ao trabalho formal, eu vejo como um marco de luta, não como mais um feriado”, disse Maraísa Andrade que é estudante na capital.
Contudo, a pesquisa ainda apontava que desse número, apenas 17% dos negros estavam inclusos nas parcelas mais ricas da população, ou seja, apenas 18,9 mil pessoas. Ao mesmo tempo, 79% dos brancos estavam entre os mais ricos do país.
Embora muitos possam rejeitar este indicador como irrelevante para assumir que há uma disparidade social no país, é importante salientar que pessoas negras ainda são as mais atingidas por desigualdade e violência. O IBGE revelou também que dos 10% da população mais pobre do país, 76% das pessoas são negras.
E não apenas: de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), um homem negro tem oito vezes mais chances de ser vítima de homicídio no Brasil. Na Paraíba, essa tese se sustenta de forma agravada, porque de acordo com o mapa da violência da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO), para cada branco morto na Paraíba, 16 negros são assassinados.
“Eu acho que esse é um dia de mobilização, é um dia para dialogar sobre e como tá a consciência no Brasil enquanto povo negro, é ver como tá as questões do movimento”, disse a estudante Lígia Emanuele.
Redação








