“Uma maluquice”: é assim que o diretor Beto Brant define seu novo filme, “O amor segundo B. Schianberg”, que participa da mostra competitiva do Festival do Rio e será exibido neste domingo (4).
Durante as filmagens, um ator e uma videoartista foram vigiados por oito câmeras em um apartamento durante três semanas. “É uma experiência, um jogo, em que observamos o comportamento amoroso na intimidade”, conta o diretor, que ficou conhecido por longas como “Ação entre amigos” e “O invasor”.
Segundo Brant, o filme ironiza os reality shows da TV. “É um fenômeno da vaidade, e só existe porque o ser humano é um bicho curioso; quis flertar com essa experiência e ir mais fundo, tentar mostrar a essência do que seria autêntico, verdadeiro”, explica.
Livremente inspirado no romance “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, de Marçal Aquino, o longa foi rodado de forma experimental. Em primeiro lugar, o diretor ficava em um apartamento vizinho e só tinha contato com os protagonistas por meio de celular ou internet. Além disso, não existia roteiro, toda a ação era improvisada.
Ainda assim, o diretor afirma que o filme não é um documentário, mas uma mistura de gêneros, entre a ficção e a realidade. “É um jogo, e o que eu fiz foi provocar os dois e vigia-los”, conta. Mas quais são as regras do jogo? “Ah, isso eu não revelo. Um mágico nunca revelas seus truques”, diz Beto Brant aos risos.
G1