Categorias: Brasil

Ricardo Vélez é demitido e se torna segundo ministro a cair no governo Bolsonaro

PUBLICIDADE

Ricardo Vélez Rodríguez não é mais ministro da Educação. Pressionado após críticas pelas diversas trocas no comando de secretarias desde que assumiu a pasta, o colombiano será exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro, que confirmou a informação no Twitter após uma reunião com Vélez. A publicação da exoneração deve acontecer no Diário Oficial até esta terça-feira (9). 

Também nas redes sociais, Bolsonaro confirmou que  Abraham Weintraub assume a pasta. "Abraham é doutor, professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta", disse o presidente.

Wentraub é economista e professor e professor universitário na Universidade de São Paulo (USP). Ele fez parte da equipe de transição do governo Temer para o governo Bolsonaro e foi cogitado para ser o "número 2" da Casa Civil, comandada por Onyx Lorenzoni, de quem Wentraub é muito próximo.

Professor universitário, filósofo e escritor, Ricardo Vélez Rodríguez foi um dos ministros indicados a Jair Bolsonaro por Olavo de Carvalho. O outro é Ernesto Araújo, atual ministro das Relações Exteriores. 

Vélez é o segundo ministro a ser exonerado com menos de três meses de governo. O primeiro foi Gustavo Bebbiano, ex-secretário-geral da Presidência da República, que acabou desgastado por denúncias de "candidaturas-laranjas" para favorecer filiados ao PSL, partido de Bolsonaro e que foi presidente durante as eleições.

Nascido em Bogotá, capital da Colômbia, o ex-ministro da Educação  tem 75 anos, é naturalizado brasileiro e foi professor de escola do Exército. Durante sua gestão na pasta, criou algumas polêmicas, como a edição de um edital permitindo que livros didáticos não citassem fontes e não passassem por revisões. Na época, ele afirmou que a decisão vinha da gestão anterior do MEC. 

Em fevereiro, Vélez enviou uma carta aos diretores de escolas do Brasil pedindo para que os mesmos filmassem os alunos cantando o hino nacional e citando o lema de campanha de Bolsonaro nas eleições: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Diante da repercussão ruim, pediu desculpas e retirou o pedido.

O ministro ainda é pivô da maior crise interna do governo Bolsonaro. A pasta de Educação sofre com constantes exonerações e já se envolveu em polêmicas que desagradaram a base do governo, a oposição e até o eleitorado de Bolsonaro.

A última queda importante foi a de Bruno Garschagen, assessor especial e um dos integrantes mais próximos ao ministro Ricardo Vélez, e o chefe de gabinete do MEC. O presidente do Inep,  Marcus Vinicius Rodrigues, também caiu por adiar avaliação sobre alfabetização de alunos do ensino básico em dois anos sem consultar outros membros da pasta.

O cargo de secretário-executivo da pasta, ou seja, o "número dois" do ministério, é um dos mais emblemáticos. Membro do Centro Paula Souza, Luís Antônio Tozi assumiu o cargo logo no início do governo. Após críticas de Olavo de Carvalho, guru ideológico do presidente Jair Bolsonaro, Tozi foi demitido junto com outros atacados pelo filósofo. No mesmo dia, alunos de Olavo que ocupavam cargos na pasta também pediram exoneração, por orientação do professor.

Colega de Tozi no Paula Souza, Rubens Barreto da Silva foi anunciado para a posição, mas Vélez voltou atrás e desistiu da nomeação de Barreto, que também era um dos criticados por Olavo de Carvalho. Dias depois, o ministro indicou Iolene Lima, favorita da ala evangélica, para o cargo. Oito dias depois, no entanto, a própria Iolene foi às redes sociais para dizer que foi demitida logo depois de assumir o cargo.

Quem acabou ficando com a vaga foi o tenente-brigadeiro Ricardo Machado Vieira, o que enfraqueceu ainda mais Vélez, aumentando os rumores da demissão do ministro. 

Responsável pela indicação de Vélez, Olavo de Carvalho rompeu de vez o ministro após criticá-lo nas redes sociais na última semana. "Conheci o prof. Velez por seus livros sobre a história do pensamento brasileiro, publicados mais de vinte anos atrás. Nunca tomei conhecimento das suas obscenas tucanadas e clintonadas, que teriam me prevenido contra o seu comportamento traiçoeiro. Não vou fazer nada contra ele, mas garanto que não vou lamentar se o botarem para fora do ministério", escreveu o filósofo. 

As publicações do filósofo e guru ideológico de Bolsonaro enfraqueceram ainda mais Ricardo Vélez Rodríguez. O ex-ministro ainda não se manifestou sobre a demissão.

Último Segundo

 


Certificado digital mais barato para advogados e contadores. Clique e saiba como adquirir

 

PUBLICIDADE

Últimas notícias

Felipe Leitão não garante apoio nem a Nabor nem a João ao Senado e diz que decisão seguirá orientação de Cícero Lucena

Ao anunciar apoio à pré-candidatura do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (MDB), ao Governo…

22 de dezembro de 2025

Cícero sinaliza apoio a aliado de Vitor Hugo na eleição de Cabedelo, mas pondera: “É preciso ouvir a população”

O prefeito de João Pessoa e pré-candidato ao Governo da Paraíba, Cícero Lucena (PP), deu…

22 de dezembro de 2025

Veneziano diz que apoio de Felipe Leitão terá efeito cascata e aposta em chegada de novos aliados

O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) afirmou, nesta segunda-feira (22), que o apoio do…

22 de dezembro de 2025

Mersinho Lucena prioriza reeleição à Câmara Federal, mas mantém prefeitura de Cabedelo no radar político

O deputado federal Messinho Lucena afirmou, em entrevista nesta segunda-feira (22), que sua prioridade no…

22 de dezembro de 2025

Hervázio Bezerra celebra apoio de Felipe Leitão à pré-candidatura de Cícero Lucena ao Governo da Paraíba

O anúncio do deputado estadual Felipe Leitão (Republicanos) em apoio à pré-candidatura do prefeito Cícero…

22 de dezembro de 2025

Servidores da PMJP e PMCG terão quatro dias de pontos facultativos para as celebrações de fim de ano

Serviços essenciais, como atendimentos de urgência e emergência em saúde, funcionarão normalmente. Também será mantida…

22 de dezembro de 2025