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Prefeituras: mulheres são maioria só na área social

A presença feminina no comando de secretarias municipais ainda é pequena, mas aumenta quando a pasta trata de questões sociais. É o que aponta um levantamento inédito realizado pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.

O estudo abrange apenas as 26 capitais nacionais e suas 398 secretarias. Apenas em 79 delas, número correspondente a 19,85% do total, a titular é uma mulher. Nas demais (80,15%), o comando é masculino.
 

A realidade muda nas secretarias de políticas sociais, que, em 59,49% dos casos está nas mãos de uma mulher. Na região Centro-Oeste do país, este percentual chega a 83,33%.

Assuntos como educação e assistência social são os que mais ficam a cargo de secretárias. Nas secretarias ligadas à área econômica e de gestão, contudo, o percentual de titulares mulheres cai para 25,31%.

Para o órgão do governo que fez o levantamento, essa diferença aponta a persistência de uma “forte tendência de delegar às mulheres pastas relacionadas ao cuidado e à extensão da casa e do doméstico”. A subsecretária de articulação institucional da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Sônia Malheiros, avaliou a sub-representação feminina em cargos de nomeação como uma questão cultural.

“Isso está associado ainda a esta posição bastante conservadora da sociedade brasileira de que o espaço de poder é masculino. Hoje você tem acesso à educação, que era uma coisa proibida às mulheres, que tinham que se preparar para o lar. Na questão do acesso ao trabalho também, hoje é inegável que as mulheres estão no mercado de trabalho. Mas só o acesso não resolve, porque chega no espaço de poder e nós não estamos”, afirmou.

Diferenças regionais
Uma análise separada por regiões do país aponta outra diferença importante. Há muito mais mulheres titulares de secretarias na região Norte do que na região Sul. Boa Vista (RR) e Belém (PA) foram as únicas capitais que apresentaram uma paridade em suas secretarias, com 50% de homens e mulheres no comando. No geral, a região Norte tem o maior percentual de participação feminina: 31,81%, que representam, em números absolutos, 28 secretárias em 88 secretarias.

Em termos numéricos, o Nordeste tem o maior número de secretárias (31), enquanto o Sul tem o menor, apenas 4, que correspondem a 7,4% do total de 54 secretarias. A região tem também a única capital do país sem nenhuma mulher à frente de secretarias, a cidade de Florianópolis.

As capitais da região Sudeste, a mais desenvolvida em termos econômicos, se analisadas em conjunto não estão bem posicionadas em relação à presença feminina nas secretarias municipais. As mulheres são titulares em apenas dez das 77 secretarias de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória. O percentual de 12,98% está bem abaixo da média nacional de 19,85% de participação feminina.

A capital paulista, com suas 26 secretarias, o maior número entre todas as capitais pesquisadas, tem uma única secretária municipal, Alda Marco Antonio, responsável pela pasta de assistência social. Com isso, a metrópole ocupa a penúltima posição no ranking brasileiro, com representação feminina correspondente a 3,84%.

UOL

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