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PF prepara expulsão do delegado Protógenes

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O destino do delegado Protógenes Queiroz está traçado. Ele será excluído dos quadros da Polícia Federal. O afastamento será formalizado ao término da investigação que está sendo feita pelo delegado Amaro Ferreira, corregedor da PF.

 

Amaro conduz o inquérito que apura indícios de desvio de conduta de Protógenes e da equipe dele na primeira fase da Operação Satiagraha.

 

Na semana passada, depois de interrogar Protogenes por cerca de duas horas, Amaro indiciou o colega pela suposta prática de dois tipos de delito:

 

1. Quebra de sigilo funcional [vazamento de informações sigilosas];

2. Violação da lei de interceptações telefônicas [grampos ilegais].

 

A investigação encontra-se em estágio avançado. Mercê dos indícios colecionados, formou-se no governo uma convicção de “culpa” do delegado.

 

Em sucessivas manifestações públicas, Protógenes afirma que não praticou ilegalidades na Satiagraha. Em diálogos privados, seus superiores dizem coisa diversa.

 

O diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, e o chefe dele, o ministro Tarso Genro (Justiça), dão como certo o desligamento de Protógenes.

 

Antes do desfecho do caso, Luiz Fernando e Tarso cogitam fechar as cortinas do palco de Protógenes, proibindo-o de proferir palestras a de tomar parte de atos políticos.

 

Afastado do comando da Satiagraha, o delegado foi lotado na Coordenação de Defesa Instituticonal da PF.

 

Desde então, Protógenes vem desperdiçando o tempo entre o exercício de uma rotina policial esvaziada e uma agenda pública apinhada de compromissos.

 

O ex-mandachuva da Satiagraha corre o país. Na última quinta (19), concedeu uma longa entrevista ao UOL.

 

Na sexta (20), deu palestra em Santos (SP), a convite da Unafisco, entidade sindical dos auditores da Receita.

 

Na próxima semana, dará duas novas palestras, no Rio. Ambas a convite da Universo (Universidade Salgado de Oliveira. Uma na quarta (25). Outra na quinta (26).

 

No dia 2 de abril, Protógenes troca o expediente na PF por um “ato público” organizado pelo PSOL, partido da filha de Tarso Genro, a deputada Luciana Genro (RS).

 

Ao lado da ex-senadora Heloisa Helena, presidente do PSOL, Protógenes protestará “contra a política do governo Lula…”

 

“…Que levou o Brasil e os trabalhadores a pagar a conta da crise promovida pelos especuladores, banqueiros e corruptos”.

 

Instada por Tarso Genro, a cúpula da PF, que vinha autorizando a maior parte dos deslocamentos de Protógenes, deve adotar nova política, desautorizando-os.

 

O ápice da desenvoltura de Protógenes foi a divulgação, num sítio levado à rede para festejá-lo, de uma carta que diz ter enviado a ninguém menos que Barack Obama.

 

A íntegra está disponível aqui. No texto, Protógenes pede ao presidente americano que socorra o Brasil no combate à “corrupção que ameaça a soberania” do país.

 

Lembra que estão nos EUA peças essenciais da Satiagraha. Menciona os “12 discos rígidos” apreendidos na casa “do banqueiro-bandido Daniel Dantas”.

 

Foram enviados a Washington pela PF, para a quebra dos códigos que obstruem o acesso aos dados. Encontram-se no FBI. Mas, na carta, Protógenes fala da CIA.

 

De resto, o delegado faz no texto acusações amplas, gerais e irrestritras. Todas elas gravíssimas.

 

Anota que Daniel Dantas praticou fraudes e crimes, nos últimos 15 anos, “em conjunto com os mais altos representantes […] dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”.

 

Escreve que o Judiciário brasileiro está no “payroll” (folha de pagamento) de Daniel Dantas. Mas “não é apenas o Judiciário…”

 

Insinua que até mesmo Lula estaria a soldo do “banqueiro-bandido”. Por quê? Segundo Protógenes, o presidente baixou, em 19 de fevereiro, decreto alterando o funcionamento do Sisbin.

 

Trata-se do órgão que coordena a ação de todos as repartições da área de inteligência do governo.

 

O delegado escreve: “Lula acaba de colocar os amigos para assumir o controle do Sisbin”.

 

Extinguiu-se um conselho e criou-se, diz Protógenes, “um comitê de seis indivíduos amigos de Lula, todos com um passado ético extremamente questionável”.

 

Luiz Fernando Corrâa, o diretor-geral da PF, e Tarso Genro tomaram conhecimento da carta de Protógenes a Obama na última sexta (20).

 

Reagiram com surpreendente naturalidade. Em privado, disseram que o “problema” se resolveria com o iminente afastamento do delegado.

 

Assim, ficam boiando no ar, sem resposta, as insinuações de Protógenes de que até mesmo Lula estaria no bolso de Daniel Dantas.

 

O texto do delegado só começou a circular no Planalto na manhã deste sábado (21). Um auxiliar de Lula recolheu-o na internet. Levaria a carta ao conhecimento do chefe.

Folha

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