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Oportunidade: Construção civil deve abrir 200 mil vagas de emprego

Com as medidas recentes anunciadas pelo governo federal na área da construção civil, o setor pode abrir até o fim deste ano 200 mil novas vagas de emprego em todo o país, segundo estimativa de sindicalistas e empresários do setor.

Entretanto, para a meta ser cumprida, eles apontam que os projetos do programa “Minha Casa, Minha Vida”, anunciado no fim de março e que prevê 1 milhão de casas populares, precisam ser implantados com “agilidade”.

 

Sobre a redução de impostos para material de construção, a avaliação é de que a medida beneficie de imediato o consumidor final. Para as construtoras, no entanto, o efeito será mais lento, uma vez que os estoques já adquiridos foram comprados com os preços sem desoneração.

 

Baseado na expectativa positiva das construtoras, o G1 listou as dez maiores empresas do ramo no país, segundo um ranking da consultoria especializada em construção ITC, e indica o caminho para se candidatar a vagas nas companhias.

 

As construtoras recebem currículos por sites ou e-mail. Algumas estão com vagas abertas no momento nas áreas financeira, marketing, engenharia, arquitetura, vendas, além de funções produtivas, como técnicos e mestre de obras.

Vagas em SP

As unidades do Centro de Apoio ao Trabalho (CAT), da Prefeitura de São Paulo, têm quase 500 vagas em aberto para profissionais de nível fundamental e médio na área de construção civil. O salário máximo chega a quase R$ 2 mil.

 

Pacote habitacional

O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) estima que até 2011 podem ser criadas 500 mil vagas no país em razão do programa. “Se houver geração de obra, vai haver emprego. Isso vai depender da velocidade com que as obras sejam implementadas”, afirmou o diretor da economia do Sinduscon, Eduardo Zaidan.

Zaidan destaca entre os principais entraves a parte de licenciamento ambiental, a aprovação de projetos e de financiamento. “Fazer a obra é o menor dos problemas.”

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP), Antonio de Sousa Ramalho, disse que o pacote beneficia, além de trabalhadores na construção, a cadeia ligada ao setor, como a área de decoração. Segundo ele, com 200 mil novas vagas neste ano, o nível de emprego na construção civil recuperaria a queda registrada no fim de 2008.

“Temos de trazer as construtoras que já têm projetos prontos para a baixa renda e agilizar o processo para a obra começar. Se depender de comprar terreno, liberar, aí vai dois anos para começar a obra”, analisou Ramalho.

 

Construtoras

O diretor da Schahin Desenvolvimento Imobiliário, Guilherme França, afirmou que a construtora já tem dois projetos dentro do programa em análise na Caixa Econômica Federal.

 

“Eu vejo muitas virtudes no pacote porque atende uma necessidade social, que é o déficit de moradia. (…) A grande ameaça se chama burocracia dos órgãos de aprovação e da Caixa, com quem temos um relacionamento maravilhoso, mas eles têm dificuldade de interpretação de regras. O prazo para aprovação de projetos chega a 24 meses.”

Segundo França, o nível de emprego deve aumentar se essas barreiras forem superadas. “A construção civil no Brasil não é industrializada, demanda mão-de-obra. Em cada obra, são de 300 a 500 trabalhadores no canteiro”, afirmou o diretor da Schahin.

O Grupo Capuche, construtora que atua no Rio Grande do Norte e na Paraíba, avalia que, para o programa dar os frutos esperados, é preciso uma “operacionalização” adequada.

Para o diretor comercial e de marketing do Grupo Capuche, Luis Fernando Dias, a agilidade nos processos será fundamental para o nível de emprego. “As empresas estão abertas a esse programa. O que atrasa é o aspecto burocrático. Se os processos forem mais ágeis, o ritmo será mais eficaz.”

 

Perfil do trabalhador

O presidente do sindicato dos trabalhadores de São Paulo, Antonio de Sousa Ramalho, destaca que cada vez mais é exigida mão-de-obra qualificada no setor de construção civil.

Entre os postos mais requisitados do setor produtivo estão pedreiro, azulejista, pintor, encanador, eletricista, carpinteiro, armador, marceneiro e gesseiro. O salário médio é de R$ 1,5 mil, mas é preciso ter curso na área.

“A maioria das empresas exige segundo grau mesmo para postos de produção, porque o trabalhador, muitas vezes, precisa ter noção de computação, inglês, cálculo”, contou o sindicalista.

Segundo ele, há falta também de engenheiros e arquitetos com experiência em obras. “Tem muita gente que se forma e acha que virou engenheiro e está pronto para comandar uma obra. Ele precisa ter humildade e ir aprender no canteiro.”

 

G1

 

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