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Opinião: como os reis loucos da antiguidade, Bolsonaro pensa ser deus, mas o impeachment o aguarda após a saída de Moro

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O pensamento absolutista, vigente no contexto da Europa Moderna, defendia o chamado “direito divino dos reis”. De acordo com esse princípio, a existência do monarca, refletia um desejo dos deuses em designar determinado indivíduo ou família para controlar um reino. Contudo, a justificativa religiosa para tal fato esbarrava na loucura de alguns monarcas que não pareciam ser abençoados com a sabedoria, o bom senso e a inteligência necessários para assumir um importante cargo.

Na verdade, esses casos de “loucura real” são registrados há bastante tempo e figuram algumas estranhas páginas da história de certas civilizações e reinados. E não me atenho apenas ao chamado Ocidente. Vou até o Oriente. Existiram e ainda existe nesses hemisférios até os dias atuais a loucura já não tão “real”. Ficaria enfadonha falar ou citar alguns deles e suas “peripécias” que colocaram outrora grandes impérios no picadeiro da desgraça autocrata.

Em dias atuais, não se faz necessário citar muitos nomes. Fico em Slobodan Milosevic, “o carniceiro dos Balcãs”, Josef Stalin, Adolf Hitler e Benito Mussolini. Todos governaram para si e seus familiares; não para o povo, em completa sandice e sadismo. E nesse patamar ou limiar da loucura estamos vivendo dois momentos históricos, embora trágicos no Brasil. A pandemia no novo coronavírus, que ceifa vidas a cada minuto e um presidente da República, de nome Jair Messias Bolsonaro, que não é capaz de ser admitido em um teste psicotécnico para avaliar se pode ou não dirigir um automóvel.

Egocêntrico, limitado intelectualmente e com uma séria “síndrome” de presumir que é ele o homem mais poderoso do Brasil, em gestos autocratas vem “desmontando” um país já fragilizado na economia e política. Eleito inquilino do Palácio do Planalto com 55.205.640 votos (55,54% dos válidos), hoje dispõe de pouco mais de 23% de apoio da sociedade brasileira.

A demissão de Moro

Muito próximo de ser levado à guilhotina do Impeachment, Bolsonaro é responsável direto pelo próprio sepultamento. Longe de ser um democrata, coleciona dissabores com os que não o “bajulam”. Terrorista no passado, quando chegou, milagrosamente, à patente de capitão do Exército, desejava sabotar com explosivos a instituição militar. O mais interessante: “entende” ser ainda da caserna, mas não é. Trata-se de um civil frustrado que passou 28 anos no Congresso no chamado baixo clero sem “emplacar” um grande projeto para beneficiar a sociedade brasileira.

Pior: os cérebros pensantes do seu capenga governo, aí estando membros do alto comando das Forças Armadas, que desejam tudo, menos o retorno ao poder, pois a ditadura custou um preço muito alto à corporação; pela própria hierarquia militar são leias à Constituição, ao Estado, e não aos caprichos de um homem que quer encobrir os delitos dos seus queridos filhos e dele próprio.

Bolsonaro e seus meninos ligados ao chamado “gabinete do ódio” são alvo de investigações. É claro que volumosos dossiês foram formalizados, de forma legal, contra a família do presidente da República. E nessa equação, estava à frente o diretor geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, exonerado de forma circense por aquele que ainda ocupa a chefia do Executivo Federal.

Moro revela parte da verdade

E nesse folhetim do mal, enquanto os adoradores do “mito” chegam a dizer que os caixões jogados e valas coletivas no Estado do Amazonas estão vazios, o ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro, deixou o Governo nesta sexta-feira. Moro comunicou sua demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública em um discurso duro, em que acusou o presidente Jair Bolsonaro de interferir politicamente no trabalho da Polícia Federal.

“O presidente queria (e quer) alguém que ele pudesse ligar, colher informações, relatório de inteligência. Seja o diretor, seja o superintendente. E, realmente, não é o papel da Polícia Federal se prestar a esse tipo de função”.

Moro é respeitado no que diz respeito aos seus 22 anos enquanto juiz federal. Exceto pelo pessoal do Partido dos Trabalhadores, que põe a culpa sobre o ex-magistrado pela prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas aí já é outra história, cuja coluna não pode se aprofundar neste momento.

Supostos crimes de Bolsonaro e possível impeachment

Segundo o site Conjur, que ouviu diversos juristas, as acusações feitas por Sergio Moro ao pedir demissão do Ministério da Justiça nesta sexta-feira (24) podem fazer o presidente Jair Bolsonaro responder a processo de impeachment e ação penal por crimes de responsabilidade e comuns.

A acusação de Moro sugere que Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade contra a probidade na administração. O presidente pode ter praticado quatro condutas estabelecidas no artigo 9º da Lei dos Crimes de Responsabilidade (Lei 1.079/1950): “expedir ordens ou fazer requisição de forma contrária às disposições expressas da Constituição” (4); “infringir no provimento dos cargos públicos, as normas legais” (5); “usar de violência ou ameaça contra funcionário público para coagi-lo a proceder ilegalmente, bem como utilizar-se de suborno ou de qualquer outra forma de corrupção para o mesmo fim” (6); e “proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”.

Bolsonaro e sua defesa “pastelão”

Como de costume, o presidente Jair Bolsonaro, após praticar mais uma vez atos que beiram a loucura, saiu em defesa de si, escoltado por ministros que, em breve, serão postos para fora do cargo pela porta de trás. O ministro da Economia, Paulo Guedes (único de máscara na coletiva) é o próximo da lista.

Seguindo uma linha de raciocínio que busca, a qualquer custo, mantê-lo no seu fragilizado poder, no qual ainda está de pé por um único fato: a “doação” explícita de “favores” ao chamado “Centrão” que atua no Congresso, buscou o mandatário justificar o injustificável, atacando Sérgio Moro de forma virulenta e utilizando, apenas, a retórica.

E o que vemos senhores leitores, é um presidente louco que sabe, perfeitamente, que a queda da sua “Bastilha” está próxima. Deveria ele aceitar o conselho do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e pedir para sair, ou será expulso do Palácio da Redenção como foi das fileiras do Exército Brasileiro. Como diria Capitão Nascimento: “Pede pra sair”!

Eliabe Castor
PB Agora

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