O empresário João Doria (PSDB) foi empossado na tarde deste domingo ao cargo de prefeito de São Paulo na Câmara Municipal. Em seu primeiro discurso, o tucano disse que seu governo iniciará uma “etapa histórica” na vida da cidade.
— Começamos uma etapa histórica na vida de São Paulo. Uma etapa de ação, trabalho, atitude e humildade — afirmou Doria.
A cerimônia de posse durou cerca 45 minutos. Antes de seu pronunciamento, Doria leu o termo de compromisso em que prometeu exercer o cargo com dedicação e lealdade, cumprir a Constituição e tratar todos os cidadãos com igualdade.
O tucano foi eleito em primeiro turno com cerca de 3 milhões de votos em sua primeira disputa eleitoral. A transmissão de cargo ocorreu no Theatro Municipal no fim da tarde, em cerimônia com a presença do prefeito Fernando Haddad (PT) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Num discurso breve de despedida, Haddad disse que faz a transição do governo como se fosse a um irmão. No palco do Theatro Municipal, o petista deixou de lado as desavenças políticas entre PT e PSDB e desejou ao sucessor um “grande mandato”.
CORDIALIDADE
Haddad contou que usava em sua despedida uma gravata que havia recebido de presente de Doria na semana passada. O acessório é azul, cor do PSDB.
— Fiz essa transição como se tivesse feito com um irmão. Fiz assim em respeito ao povo trabalhador. Eles merecem tudo de nós — afirmou o petista.
Haddad também fez uma defesa de sua gestão ao dizer a Doria que ele receberia uma cidade “em ordem”.
— Ponha seu plano de governo para rodar sem ter que se preocupar com fornecedores batendo à porta — disse o petista.
No segundo discurso do dia, durante a transmissão do cargo, Doria disse que Alckmin vai colocar o Brasil nos trilhos, numa referência a uma candidatura do tucano à Presidência da República em 2018. A declaração foi feita depois que um dos convidados se manifestou na plateia dizendo que Doria colocaria a cidade nos trilhos.
— Vamos sim. E com Geraldo Alckmin vamos colocar o Brasil nos trilhos — emendou o novo prefeito.
PARCERIA
Alckmin foi o maior patrocinador político da candidatura de Doria. O governador foi contra os principais líderes do PSDB em São Paulo e bancou o afilhado politico para a eleição municipal. Nesta tarde, nem Fernando Henrique Cardoso nem José Serra participaram da cerimônia de posse.
Não foi a primeira vez que Doria defendeu o nome de Alckmin para a corrida presidencial. No seu primeiro discurso como prefeito eleito, logo depois das eleições, ele também citou o governador para o pleito de 2018.
Alckmin discursou na cerimônia de transmissão de cargo, mas limitou suas palavras ao governo municipal que se inicia. A única menção ao contexto nacional foi quando disse que o Brasil precisa de “otimistas racionais” e destacou que Doria era um desses otimistas.
Usando metáforas futebolísticas, Akckmin afirmou que fará uma “tabelinha’ com Doria e que, juntos, farão uma “goleada de realizações”.
Nesta tarde tomaram posse também os 55 vereadores eleitos para 17º legislatura (2017-2020) em São Paulo. Desses, 33 se reelegeram.
Ainda hoje a Câmara fará eleição para a Mesa Diretora. O escolhido para presidir a Casa pelos próximos dois anos deverá ser o vereador Milton Leite (DEM).
Foto: Edilsson Dantas
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