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JBS perde quase R$ 1 bilhão em valor após retorno de patriarca

A JBS perdeu quase R$ 1 bilhão de valor de mercado nesta segunda-feira (18), após as ações da companhia caírem quase 4% na bolsa. Segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economatica, o valor de mercado da JBS encolheu para R$ 23,194 bilhões no fechamento do pregão, ante R$ 24,149 bilhões no encerramento da sessão da última sexta-feira (15).

JBS ON recuou 3,95%, a R$ 8,50 o papel, após o conselho de administração da maior processadora de carne do mundo escolher José Batista Sobrinho como presidente-executivo, no lugar do seu filho Wesley, preso em investigação de insider trading (uso indevido de informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro), e em meio a disputa travada entre o BNDES e a família Batista.

O tombo dessa segunda interrompeu uma trajetória de valorização dos papéis da empresa. No acumulado na primeira quinzena do mês, o valor de mercado da JBS aumentou em R$ 491 milhões.

No acumulado no ano, a JBS encolheu até o fechamento desta segunda R$ 7,8 bilhões em valor de mercado, segundo a Economatica.

A mínima histórica foi registrada na sequência das delações dos donos da JBS envolvendo o presidente Michel Temer. No dia 22 de maio, o valor de mercado da companhia encolheu para R$ 16,317 bilhões. Já a máxima histórica foi registrada em 11 de setembro de 2015, quando a soma das ações da JBS atingiu R$ 49,66 bilhões em valor de mercado.

 

A Bovespa fechou em alta de 0,31% nesta segunda, a 75.990 pontos, renovando sua máxima histórica de fechamento.

Mudança na presidência

A troca do presidente da JBS ganhou caráter de urgência após a prisão de Wesley Batista na última quarta-feira pela Polícia Federal. Até então, ele estava à frente da JBS, que é a maior empresa do setor de carnes do mundo.

A troca na presidência da JBS, segundo analistas do BTG Pactual, reitera a posição de controle da família e atrasa a aguardada transição para uma gestão profissional, destaca a Reuters.

A troca de presidente ocorre em um momento em que a JBS está executando um plano de venda de ativos de R$ 6 bilhões. A companhia também está em negociação com bancos credores para alongar sua dívida.

 

Disputa entre família Batista e BNDES

Desde que os irmãos Wesley e Joesley Batista confessaram sua participação em esquemas de corrupção em seus depoimentos no acordo de delação premiada, o BNDES tenta afastá-los do comando da JBS.

O BNDES é o segundo maior acionista da JBS, com participação de 21,3% no capital total da empresa por meio do seu braço de participações, o BNDESPar. A FB Capital, empresa que reúne os negócios da família Batista, detém 42% da empresa.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, disse nesta segunda que continuará a defender a saída da família Batista do comando da JBS.

“O banco permanecerá firme como uma rocha na sua posição como sócio da empresa influindo tudo que for possível para consertar a péssima governança da companhia”, afirmou à Reuters. “Nem nos nossos maiores desvarios nos passa pela cabeça desistir da nossa posição de trocar o comando da empresa”, completou.

O banco defende ampla reformulação da diretoria executiva e do conselho de administração e cobra “governança impecável” da JBS.

“Estamos preocupados com os investimentos, empregos e as repercussões negativas no mercado pecuário. O que nós queremos na JBS é a boa governança, assim como exigimos de todas as empresas em que o BNDES tem participação acionária. Essa é a condição básica para receber apoio financeiro do Banco. A JBS está descumprindo uma obrigação nessa relação, que é ter uma governança impecável”, disse em nota o presidente do BNDES.

A JBS informou nesta segunda, em comunicado, que “o momento atual é de equilíbrio, de união e de pensar no melhor interesse da empresa e de seus acionistas, tendo assim agido o conselho de administração, em estrita consonância com a lei e o estatuto social da companhia”.

 

G1

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