Cerca de 80 índios das etnias guarani, caiuá e terena bloquearam na manhã de ontem a MS-165, rodovia que liga os municípios de Dourados e Itaporã, no sul de Mato Grosso do Sul. Outro grupo, este com mais de cem índios das mesmas etnias, protesta em frente à sede da administração da Funai em Dourados –que foi alvo de invasão na semana passada.
Cerca de 80 índios das etnias guarani, caiuá e terena bloquearam na manhã de ontem a MS-165, rodovia que liga os municípios de Dourados e Itaporã, no sul de Mato Grosso do Sul. Outro grupo, este com mais de cem índios das mesmas etnias, protesta em frente à sede da administração da Funai em Dourados –que foi alvo de invasão na semana passada.
Os grupos insistem na exigência de substituição da atual administradora, Margarida Nicoletti, por um indígena a ser indicado entre os líderes do movimento. “Não vamos mais negociar nem aceitar compensações. O que queremos é que ela saia agora e que entre um índio no lugar”, disse Lucas Paiva, presidente da Associação Indígena Kateguá.
Segundo ele, a gestão da administradora está “repleta de incompetência”. “Nós somos lideranças, sabemos o que está acontecendo lá na ponta. E a verdade é que temos aldeias passando dificuldade enquanto há toneladas de comida no depósito da sede, estragando. Isso é inadmissível e por isso decidimos fazer o bloqueio.”
A situação é tensa entre os índios e a Funai desde a semana passada, quando cerca de 60 índios fecharam o prédio principal da sede e invadiram o pátio. Além de um pedido de reintegração de posse à Justiça, o órgão procurou a polícia para registrar queixa contra os manifestantes –que teriam saqueado parte das cargas de alimentos estocados no depósito. Os índios negam o saque.
Procurada pela reportagem, Nicoletti não atendeu às chamadas feitas em seu celular. Por meio de sua assessoria de imprensa em MS, a Funai questionou a representatividade do movimento, que não teria o apoio “das principais lideranças”. Paiva discordou e assegurou que o protesto conta com o apoio da maioria.
“Há uma meia dúzia de caciques que ela [Nicoletti] manipula e que, por conta disso, continuam ao seu lado. Mas sei que falamos pela maioria quando pedimos que ela saia imediatamente”, disse Paiva.
FOLHAONLINE